terça-feira, 4 de setembro de 2007

Lucas


Capítulo 1

05.09.2007
Prefácio

1 Visto que muito que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizarm,
2 conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra,
3 igualmente a mim me parece bem, depois de acurada investigação de tudo desde seua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem,
4 para que tenhas plena certeza das verdades que foste instruído.
Zacarias e Isabel

5 Nos dis de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote chamado Zacarias, do turno de Abias. Sua mulher era das filhas de Arão e se chamava Isabel.
6 Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor.
7 E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, sendo eles avançados em dias.
Predições referentes a João Batista

8 Ora, aconteceu que, exercendo ele diante de Deus o sacerdócio na ordem do seu turno, coube-lhe por sorte,
9 segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimer o incenso;
10 e, durante esse tempo, toda a multidão do povo permanecia da parte de fora, orando.
11 E eis que lhe apareceu um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso.
12 Vendo-o, Zacarias turbou-se, e apoderou-se dele o temor.
13 Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi houvida; e Isabel, tua mulher, te dará á luz um filho, a quem darás o nome de João.
14 Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento.
15 Pois ele será grande diante do Senhor, será cheio do Espírito Santos, já do ventre materno.
16 E converterá muitos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.
17 E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, converter os desobedientes á prudência dos justos e hanilitar para o Senhor um povo preparado.
18 Então, perguntou Zacarias ao anjo: Como saberei isto? Pois eu sou velho, e minha mulher, avançada em dias.
19 Respondeu-lhe o anjo: Eu sou o Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para falar-te estas boas novas.
20 Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estas coisas venham a realizar-se; porquanto não acreditastes nas minhas palavras, as quais ao seu tempo, se cumprirão.
21 O povo estava esperando a Zacarias e admirava-se de que tanto se demorasse no santuário.
22 Mas, saindo ele, não lhes podia falar; então, entenderam que tivera uma visão no santuário. E expressava-se por acenos e permanecia mudo.
23 Sucedeu que, terminado os dias de seus ministérios, voltou para casa.
A felicidade de Isabel

24 Passados esses dias, Isabel, sua mulher, concebeu e ocultou-se por cinco meses, dizendo:
25 Assim me fez o Senhor, contemplando-me, para anular o meu opróbrio perante os homens.
Predito o nascimento de Jesus

26 No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27 a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José, á virgem chamava-se Maria.
28 E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo.
29 Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito pôs-se a pensar no que significaria esta saudação.
30 Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus.
31 Eis que conceberás e darás á luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus.
32 Este será grande e será chamado filho do Atíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de davi, seu pai;
33 ele reinará para sempre sobre toda a casa de jacó, e o seu reinado não terá fim.
34 Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?
35 Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá coma sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.
36 E Isabel, tua parenta, igualmete concebeu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam ser estéril.
37 Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as sua promessas.
38 Então, disse Maria: aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela.
Maria visita a Isabel

39 Naqueles dias, dispondo-se Maria, foi apressadamente á região montanhosa, a uma cidade de Judá,
40 entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.
41 Ouvindo esta a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre; então, Isabel ficou possuída do Espírito Santo.
42 E exclamou em alta voz: Bendita és entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre.
43 E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?
44 Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro de mim.
45 Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor.
O cântico de Maria

46 Então, disse Maria:
A minha alma engrandece ao Senhor,
47 e o meu espírito se alegrou em Deus, meu salvador,
48 porque contemplou na humildade da sua serva.
Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada,
49 porque o Poderoso me fez grandes coisas.
Santo é o seu nome.
50 A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem.
51 Agiu com o seu braço valorosamente;
dispersou os que, no coração, alimentavam
pensamentos soberbos.
52 Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes.
53 Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.
54 Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia
55 a favor de Abraão
e de sua descedência, para sempre,
como prometera aos nossos pais.
56 Maria permaneceu cerca de tr~es meses com Isabel e voltou para casa.
O nascimento de João Batista

57 A Isabel cumpriu-se o tempo de dar á luz, e teve um filho.
58 Ouviram os seus vizinhos e parentes que o Senhor usara de grande misericórdia para com ela e participaram do seu regozijo.
59 Sucedeu, que no oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias.
60 De modo algum! respondeu sua mãe. Pelo contrário, ele deve ser chamado de João.
61 Disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que tenha este nome.
62 E perguntaram, por acenos, ao pai do menino que nome queria que lhe dessem.
63 Então, pedindo ele uma tabuinha, escreveu: João é o seu nome. E todos se admiravam.
64 Imediatamente, a boca se lhe abriu, e, deimpedida a língua, falava louvando a Deus.
65 Sucedeu que todos os seus vizinhos ficaram possuídos de temor, e por toda a região montanhosa da Judéia foram divulgadas estas coisas.
66 Todos os que as ouviram guardavam-nas no coração, dizendo: Que virá a ser, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele.
O cântico de Zacarias

67 Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou, dizendo:
68 Bendito eja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo,
69 e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seu servo,
70 Como prometeram, desde a antiguidade, por boca dos seues santos profetas,
71 para nos libertar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam;
72 para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da da sua santa aliança
73 e do juramento que fez a Abraão o nosso pai,
74 de conceder-nos que, livres da mão de inimigos, o adorássemos sem temor,
75 em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias.
76 Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos,
77 para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados,
78 graças á estranhável misericórdia de nosso Deus, pelo qual nos visitará o sol nascente das alturas,
79 para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
80 O menino crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a Israel.


Capítulo 2

06.09.2007
O nascimento de Jesus Cristo

1 Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recesear-se.
2 Este, o primeiro recenseamento, foi feito quiando Quirino era governador da Síria.
3 Todos iam alistar-se, cada um á sua própria cidade.
4 José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, á cidade de Davi, chamada Belém, por ser ela da casa e família de davi.
5 A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
6 Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias,
7 e ela deu á luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não lugar para eles na hospedaria.
Os anjos e os pastores

8 Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam seu rebanho durante as vigílias da noite.
9 E um anjo do Senhor desceu aonde ele estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados e grande temor.
10 O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis que vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo;
11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
12 E isto vos servirá de sinal; encontrareis uma criança envolta em faixas e deixada em manjedoura.
13 E, subitamnete, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo:
14 Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.
15 E, ausentando-se deles os anjos para o céu, diziam os pastores uns aos outros: vamos até Belém e vejamos os acontecomentos que o senhor nos deu a conhecer.
16 Foram apressadamente e acharam Maria e José e a crainça deitada na manjedoura.
17 E, vindo-o, divulgaram o que lhes tinha sido a respeito deste menino.
18 Todos os que ouviram se admiraram das coisas referidas pelos pastores.
19 Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração.
20 Voltaram, então, os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinha,m ouvido e visto, como lhes fora anunciado.
A circuncisão de Jesus

21 Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de JESUS, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido.
A apresentação de Jesus no templo

22 passados os dias da purificação deles segundo as leis de Moisés, levaram-lo a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor,
23 conforme o que está escrito na lei do senhor:
Todo primogênito ao Senhor será consagrado;
24 e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida lei:
Um par de rolas ou dois pombinhos.
O cântico de Simeão

25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santos estava sobre ele.
26 Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes dever o Cristo do Senhor.
27 Movido pelo Espírito, foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a lei ordenava.
28 Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus dizendo:
29 Agora, Senhor, podes espedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra;
30 porque os meus olhos já viram a tua salvação
31 a qual preparaste diante de todos os povos;
32 luz para revelação aos gentios, e para a glória do teu povo de Israel.
33 E estavam o pai e a mãe do menino admirados do que ele dizia.
34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser salvo de contradição
35 (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestassem os pensamentos de muitos corações.
A profetisa Ana

36 Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara
37 e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava dia e noite em jejuns e orações.
38 E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
O menino Jesus em Nazaré

39 Cumpridas todas as ordenanças segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, para a sua cidade de Nazaré.
40 Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
O menino Jesus no meio dos doutores

41 Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém, para a festa da Páscoa.
42 Quando ele atingiu doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa.
43 terminado os dias da festa, ao regressarem, permaneceu o menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem.
44 Pensando, porém, estar ele entre os campanheiros de viagem, foram caminho de um dia e, então, passaram a procurá-lo entre os parentes e os conhecidos;
45 e, não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém á sua procura.
46 Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
47 E tdos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas resposas.
48 Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos á sua procura.
49 Ele lhe respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que se cumpria estar na casa de meu Pai?
50 Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera.
51 E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração.
52 E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.


Capítulo 3

07.09.2007

A pregação de João Batista

1 No décimo-quinto ano de reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe, tetrarca da regiçao da Ituréia e Traconites, e Lisãnias, tetrarca de Abilene,
2 sendo sumo sacerdotes Anás e Caifás, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto.
3 Ele perguntou a toda circunvizinhança do Jordão, pregando batismo d arrependimento para remissão de pecados,
4 conforme está escrito no livro das palavras do profeta Isaías
Voz que clama no eserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
5 Todo vale será aterrado, e nivelados todos os montes e outeiros; os caminhos tortuososo serão retificados, e os escabrosos, aplanados;
6 e toda carne verá a salvação de Deus.
7 Dizia ele, pois, ás multidões que saiam para serem batizadas: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?
8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
9 E também já está posto o machado a raíz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
10 Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que houvemos, pois, de fazer?
11 Respondeu-lhes: Qurm tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo.
12 Foram também publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de fazer?
13 Respondeu-lhes: Não cobreis mais do que o estipulado.
14 também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsas e contentai-vos com o vosso soldo.
João dá testemunho de Jesus

15 Estando o povo na expectativa, e discorrendo no seu íntimo a respeito de João, se não seria ele, porventura, o próprio Cristo,
16 disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de destar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
17 A sua pá, ele a tem na mão, para limpar completamente a sua eira e recolher o trigo ao seu celeiro; porém queimará a palha em fogo inextinguível.
18 Assim, pois, com muitas outras exortações o evangelho ao povo;
19 mas Herodes, o tetrarca, sendo repreendido com ele, por causa de Herodias, mulher de seu irmão, e por todas as maldades que o mesmo Herodes havia feito.
20 Acescentou ainda sobre todas a de lançar Jõa no cárcere.
O batismo de Jesus

21 E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus; e, estando ele a orar, o céu se abriu,
22 e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba; e ouviu-se uma voz do céu: Tu és o meu Filho Amado, em ti me comprazo.
A genealogia de Jesus Cristo

23 Roa, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar seu minitério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Heli;
24 Heli, filho de Matã, Matã, filho de Levi, Levi, filho de Melqui, este, filho de Janai, filho de José.
25 José, filho de Matatias, Matatias, filho de Amós, Amós, filho de Naum, este, filho de Esli, filho de Nagai;
26 Nagai, filho de Máate, Máate, filho de Matatias, Matatias, filho de Semei, este, filho de José, filho de Jodá;
27 Jodá, filho de Joanã, Joanã, filho de Resá, Resá, filho de Zorobabel, este, de Salatiel, filho de Neri;
28 Neri, filho de Melqui, Melqui, filho de Adi, Adi, filho de Cosã, este, de Elmadã, filho de Er;
29 Er, filho de Josué, Josué, filho de Eliézer, Eliézer, filho de Jorim, este, de Matã, filho de Levi;
30 Levi, filho de Semeão, Simeão, filho de Judá, Judá, filho de José, este, filho de Jonã, filho de Eliaquim;
31 Eliaqui, filho de Meleá, Meleá, filho de Mená, Mená, filho de Matatá, este, filho de Natã, filho de Davi;
32 Davi, filho de Jessé, Jessé, filho de Obede, filho de Boaz, este, filho de Salá, filho de Naassom;
33 Naassom, filho de Aminadabe, Aminadabe, filho de Admim, Admim, filho de Arni, Arni, filho de Esrom, este, filho de Farés, filho de Judá;
34 Judá, filho de Jacó, Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão, este filho de Terá, filho de Nacor;
35 Nacor, filho de Serugue, Serugue, filho de Ragaú, Ragaú, filho de Fáleque, este, filho de Éber, Éber, filho de Salá;
36 Salá, filho de Cainã, Cainã, filho de Arfaxade, Arfaxadem filho de Sem,, este, filho de Noé, filho de Lameque;
37 Lameque, filho de Metusalém, Metusalém, filho de Enoque, Enoque, filho de Jarete, este, filho de Malaleel, filho de Cainã:
38 Cainã, filho de Enos, Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus.


Capítulo 4



A tentação de Cristo

1 Jesus, cheio do Espírito Santos, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto,
2 durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome.
3 Disse-lhe, então, o diabo: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão.
4 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito:
Não só de pão viverá o homem.
5 E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo.
6 Dise-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta altoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser.
7 Portanto, se prostrando me adorares, toda será tua.
8 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito:
Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto.
9 Então, o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo.
10 Porque está escrito:
Aos seus anjos ordenarás a teu respeito que te guardem;
11 e:
Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
12 Respondeu-lhe Jesus: Dito está:
Não tentarás o Senhor, teu Desu.
13 Passdas que foram as tentações de toda sorte, apartou-se dele o diabo, até momento oportuno.
Jesus volta para a Galiléia e principia a sua missão

14 Então, Jesus, no poder do Espírito Santo, regressou para a Galiléia, e a sua fama correu por toda a circunvizinhança.
15 E ensinava nas sinagogas, sendo glorificado por todos.
Jesus prega em Nazaré. É rejeitado pelos seus

16 Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
17 Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo, o livro, achou o lugar onde estava escrito:
18 O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,
19 e apregoar o ano aceitável do Senhor.
20 Tendo fechado o livro, devolveu-o aos assistentes e entou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele.
21 Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabia de ouvir.
22 Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos lábios, e perguntavam: Não é este o filho de José?
23 Disse-lhes Jesus: Sem dúvida, citar-me-eis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo, tudo o que ouvindo ter-se dado em Cafarnaum, faze-o também aqui em tua terra.
24 E prosseguiu: De fato, vos afirmo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra.
25 Na verdade vos digo que muitas viúvas haviam em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses, reinando grande fome em toda a terra;
26 e nenhuma delas foi Elias enviado, senão a uma viúva de Serepta de Sidom.
27 havia também muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Elizeu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro.
28 Todos na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira.
29 E, levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao cume do monte sobre o qual estava edificada, para, de lá, o precipitarem a baixo.
30 Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se.
A cura de um endemoninhado

31 E desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e os ensinava no sábado.
32 E muitos se maravilhavam da sua doutrina, porque sua palavra era com autoridade.
33 Achava-se na sinagoga um homem possesso de um espírito de demônio imundo, e bradou em alta voz:
34 Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus!
35 Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai deste homem. O demônio de o ter lançado por terra no meio de todos, saiu dele sem lhe fazer mal.
36 Todos ficaram grande mente admirados e comentavam etre si, dizendo: Que palavra é esta, pois, com autoridade e poder, ordena aos espíritos imundos, e ees saem?
37 E a sua fama corria por todos os lugares da circunvizinhança.
A cura da sogra de Pedro

38 Deixando ele a sinagoga, foi para a casa de Simão. Ora, a sogra de Simão achava-se enferma, com febre muito alta; e rogaram-lhe por ela.
39 Inclinado-se ele para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou; e logo se levantou, assando a servi-los.
Muitas outras curas

40 Ao põr-do-sol, todos os que tinham enfermos de diferentes moléstias lhos traziam; e ele os curava, impondo as mãos sobre cada um.
41 Também de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus! Ele, porém, os repreendia para que não falassem, pois sabiam ser ele o Cristo.
Jesus vai a um lugar deserto

42 Sendo dia, saiu e foi para um lugar deserto; as multidões o procuravam, e foram até junto dele, e instavam para que não os deixasse.
43 Ele, porém, lhes disse: É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus também para ás outras cidades, pois para isso é que fui enviado.
44 E pregava nas sinagogas da Judéia.


Capítulo 5



A pesca maravilhosa

1 Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré;
2 e viu dois barcos junto á praia do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes.
3 Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava no barco as multidões.
4 Quando cabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossa redes para pescar.
5 Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, e nada apanhamos, mas sob a tua palavra lanlarei as redes.
6 Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhe as redes.
7 Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossemajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique.
8 Veno isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque ou pecador.
9 Pois, á vista da pesca que fizeram, a dmiralção se apoderou dele e de todos os seus companheiros,
10 bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, qye eram seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não temas, doravante serás pescador de homens.
11 E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo o seguiram.
A cura de um leproso

12 Aconteceu que, etando ele numa das cidades, veio á sua presença um homem coberto de lepra; ao ver Jesus, prostrando-se com o rosto em terra, suplicou-lhe: Senhor, se quiseres, podes purificar-me.
13 E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E, no mesmo instsnte, lhe desapareceu a lepra.
14 Ordenou-lhe Jesus que a ninguém o dissesse, mas vai, disse, mostra-te aos sacerdotes e oferece, pela tua purificação, o sacrifício que Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo.
15 Porém oq ue se dizia ao seu respeito cada vez mais se divulgava, e grandes multidões se afluíam para o ouvirem e serem curadas de suas enfermidades.
16 Ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava.
A cura de um paralítico em Cafarnaum

17 Ora, aconteceu que, num daqueles dias, estava ele ensinando, e achavam-se ali assentados fariseus e mestres da lei, vindos de todas as aldeis da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar.
18 Vieram, então, uns homens trazendo em um leito um paralítico; e procuravam introduzi-lo e Pô-lo diante de Jesus.
19 E, não achando por onde introduzi-lo por causa da multidão, subindo ao eirado, o desceram do leito, por entre o ladrilhos, para o meio, diante de Jesus.
20 Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, estão perdoads os teus pecados.
21 E os escribas e fariseus arrazoavam, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?
22 Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Que arrozais em vosso coração?
23 Qual é mais fácil, dizer: Estão perdoados os teus pecados ou: Levanta-te e anda?
24 Mas, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados - disse ao paralítico: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa.
25 Imediatamente, se levantou diante deles e, tomando o leite em que permanecera deitado, voltou para casa, glorificando a Deus.
26 Todos ficaram atônitos, davam glória a Deus e, e possuídos de temor, diziam: Hoje, vimos prodígios.
A vocação de Levi

27 Passadas estas coisas, saindo, viu um publicano, chamado Levi, assentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me!
28 Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu.
Jesus come com os poderosos

29 Então, lhe ofereceu Levi um grande banquete em sua casa; e numerosos publicanos e outros estavam com ele á mesa.
30 Ora os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: Por que comei e bebeis com os publicanos e pecadores?
31 Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes.
32 Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento.
Do jejum

33 Disseram-lhe eles: Os discípulos de João e bem assim os dos fariseus frequentemente jejuam e fazem orações; os teus , entretanto comem e bebem.
34 Jesus, porém, lhes disse: Podeis fazer jajuar os convidados para o casamento, enquanto está com eles o noivo?
35 Dias virão, conntudo, em que lhes será tirado o noivo; naqueles dias, sim, jejuarão.
36 Também lhes disse uma parábola: Ninguém tira um pedaço de veste nova e o põe em veste velha; pois rasgará a nova, e o remendo da nova não se ajustará á velha.
37 E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo romperá os odres; entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão.
38 Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos [e ambos se conservam].
39 E ninguém, tendo bebido o vinho velho, prefere o novo; porque diz: O velho é excelente.


Capítulo 6



Jesus é Senhor do sábado

1 Acontceu que, num sábado, passando Jesus pela searas, o seus discípulos colhiam e comiam espigas, debulhando-as com as mãos.
2 E alguns fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito aos sábados?
3 E respondeu-lhes Jesus: Nem ao menos tende lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os seus companheiros?
4 Como entrou na Casa de Deus, tomou, e comeu os pães da proposição, e os deu aos que com ele estvam, pães não lhes era lícito comer, mas exclusivamente aos sacerdores?
5 E acrescentou-lhes: O Filho do homem é senhor do sábado.
O homem da mão ressequida

6 Sucedeu que, em outro sábado, entreou ele na sinagofga e ensinava. Ora, achaba-se eli um homem cuja a mão direita estava ressequida.
7> Os escribas e os fariseus observavam-no, procurando ver se ele faria uma cura no sábado, a fim de acharem de que o acusar.
8 Mas ele, conhecendo-lhe os pensamentos, disse ao home da mão ressequida: Levanta-te e vem para o meio; e ele, levantando-se, permaneceu de pé.
9 Então, disse Jesus a eles: Que vos parece? É lícito, no sábado, fazer o bem ou o mal? Salvar a vida ou deixá-la perecer?
10 E, fitando todo ao redor, disse ao homem: Estende a mão. Ele assim o fez, e a mão lhe foi restaurada.
11 Mas eles se encheram de furor, e discutiam entre si quanto o que fariam a Jesus.
A escolha dos doze apóstolos.
Os seu nomes

12 Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.
13 E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu os doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos:
14 Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro, e André seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;
15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote;
16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou o tridor.
Jesus cura muitos enfermos

17 E, descendo com eles, parou numa planura onde se encontravam muitos discípulos seus e grande multidão do povo, de toda a Judéia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidom.
18 que vieram para o ouvirem e serem curados de suas enfermidades; também os atormentados por espíritos imundos eram curados.
19 E todos da multidão procuravam tocá-lo, porque dele saía poder; curava todos.
As bem-aventuranças

20 Então, olhando ele para os seus discípulos, e disse-lhes:
Bme-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.
21 Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos.
Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir.
22 Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarrem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do homem.
23 Regozijai-vos naqueles dias e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu; pois dessa forma procederam seus pais com os profetas.
Os ais

24 Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação.
25 Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome.
Ai de vós, os que agora rirdes! Poque haveis de lamentar e chorar.
26 Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas.
Da vingança

27 Digo-vos, porém, a vós outrs que se me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam;
28 bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.
29 Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa; deixa-o levar também a túnica;
30 dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda.
31 Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o também a eles.
Do amor ao próximo

32 Se amais os que vos amam, qual é a vossa recopempensa? Porque até os pecadores amam os que o amam.
33 Se fizeredes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso.
34 E, se emprestais áqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.
35 Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filho do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.
36 Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai.
O juízo temerário é proibido

37 Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e serei perdoados;
38 daí, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.
A parábola do cego que guiava a outro cego

39 Propôs-lhe também uma parábola: Pode, porventura, um cego guiar a outro cego? Não cairão ambos no barranco?
40 O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre.
41 Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?
42 Como poderás dizer a teu irmão: Deixa, irmão, que eu tire o argueiro do teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro que está no olho do teu irmão.
Árvores e seus frutos

43 Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco má que dê bom fruto.
44 Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas.
45 O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do está cheio o coração.
Os dois fundamentos

46 Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?
47 Todo aquele que vem a mim e ouve as minhas palavras e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48 É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lnçou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída.
49 Mas o que houve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces, e, arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.


Capítulo 7



A cura do servo do centurião

A cura do servo do centurião

1 Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum.
2 E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase á morte.
3 Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe lguns anciãos dos Judeus, pedindo-lhe que viesse curar o teu servo.
4 estes, chegando a Jesus, com instância lhe suplicaram, dizendo: Este é digno de que lhe faça isto;
5 porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga.
6 Entã, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o centurião enviou-lhes amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa.
7 Por isso, eu mesmo não lhe julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado.
8 Porque eu também sou homem sujeito a autoridade, e tenho soldados ás minhas ordens, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e o meu servo: faze isto, e ele o faz.
9 Ouvidas estas palavras, admirou-se Jesus dele e, voltando-se para o povo que o acompanhava, dise: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta.
10 E, voltando para casa os que foram enviados, encontraram curado o servo.
A ressurreição do filho da viúva de Naim

11 Em dia subsequente, dirigia-se Jesus a uma cidade chamada Naim, e iam com ele seus discípulos e numerosa multidão.
12 Como se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma viúva;grande multidão da cidade ia com ela.
13 Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores!
14 Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando, levanta-te!
15 Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe.
16 Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós e: Deus visitou o seu povo.
17 Esta notícia a respeito dele divigou-se por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.
João envia mensageiros a Jesus

18 Todas estas coisas foram referidadas a João pelos seus discípulos. E João, chamando dois deles,
19 enviou-os ao Senhor para perguntar: ÉS tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?
20 Quando os homens chegaram junto dele, disseram: João Batista enviou-nos para te perguntar: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?
21 Naquela mesma hora, curou Jesus muitos de moléstias, e flagelos, e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos.
22 Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressucitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho.
23 E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.
Jesus dá testemunho de João

24 Tendo-se retirado os mensageiros, passou Jesus a dizer ao povo a respeito de João: Que saíste a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?
25 Que saíste a ver? Um homem vestido de roupas finas? Os que e vestem bem e vivem no luxo assistem nos palácios dos reis.
26 Sim que saístes a ver? Um profeta? Sim eu vos digo, e muito mais que profeta.
27 Este é aquele de quem está escrito:
Eis aí envio diante de tua face o meu mensageiro, o qual o preparará o teu caminho diante de ti.
28 E eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele.
29 Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com o batismo de João;
30 mas os fariseus e os intérpretes da lei rejeitaram, quanto a si mesmos, o desígnio de Deus, não tendo sidos batizados por ele.
31 A que, pois, compararei os homens da presente geração, e a que são eles semelhantes?
32 São semelhantes a meninos que , sentados na praça, gritam uns para os outros:
Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não chorastes.
33 Pois veio João Batista, não comendo pão, nem bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio!
34 Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores.
35 Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.
A pecadora que ungiu os pés de Jesus

36 Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar á mesa.
37 E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava á mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento;
38 e, estando po detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com sua lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o unguento.
39 Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.
40 Dirijiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te.
Ele respondeu: Dize-a, Mestre.
41 Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhebtos denários, e o outro, cinquenta.
42 Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amarás mais?
43 Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele que a quem mais perdoou. Replicou-lhes: Julgaste bem.
44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.
45 Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés.
46 Não me ungiste a cabeça, com óleo, mas esta, com báçsamo, ungiu os meus pés.
47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.
48 Então, disse á mulher: Perdoados, são os teus pecados.
49 Os que estavam com ele á mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados?
50 Mas, Jesus disse á mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.


Capítulo 8



As mulheres que assistiam Jesus

1 Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele,
2 e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios;
3 e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhes prestavam assistência com os seus bens.
A parábola do semeador

4 Afluindo uma grande multidão e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse Jesus por parábola:
5 Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu á beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram.
6 Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crecido, secou por falta de umidade.
7 Outra caiu no meio dos espinhos; e estes, ao crescerem com ela, a sufocaram.
8 Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cem por um. Dizendo isto, chamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
A explicação da parábola

9 E os seus discípulos o interrogaram dizendo: Que parábola é esta?
10 Respondeu-lhe Jesus: A vós outros é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; ao demais, fala-se por parábola, para que, vendo, não vejam; e, ouvindo, não entendam.
11 Este é o sentido da parábola: a semente é a palavra de Deus.
12 A que caiu á beira do caminho são os que a ouviram ; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes odo coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos.
13 A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a receberam com alegria; estes não tem raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam.
14 A que caiu entre os espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer.
15 A que caiu em boa terra são os que, , tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança.
A parábola da candeia

16 Ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca-a sobre um velador, a fim de que os entram vejam a luz.
17 Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado.
18 Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, se lhe dará; e ao que não tiver, até aquilo que julgar ter lhe será tirado.
A família de Jesus

19 Vieram ter com ele sua mãe e seus irmãos e não podiam aproximar-se por causa da concorrência do povo.
20 E lhe comunicaram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.
21 Ele, porém, lhes respondeu: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvindo a palavra de Deus e a praticam.
Jesus acalma uma tempestade

22 Aconteceu que, num daqueles dias, entrou ele num barco em companhia dos seus discípulos e disse-lhes: passemos para a outra margem do lago; e partiram.
23 Enquanto navegavam, ele adormeceu. E sobreveio uma tempestade de ventos no lago, correndo eles o perigo de soçobrar.
24 Chegando-se a ele, despertaram-no dizendo: Mestre, Mestre, estamos perecendo! Despertando-se Jesus, repreendeu o vento e a fúria da água. Tudo cessou, e veio a bonança.
25 Então, lhes disse: Onde está a vossa fé? Eles, possuídos de temor e admiração, diziam uns aos outros: Quem é este que até os ventos e ás ondas repreende, e lhe obedecem?
A cura do endemoninhado geraseno

26 Então, rumaram para a terra dos gerasenos, fronteira da Galiléia.
27 Logo ao desembaracar, veio da cidade ao seu encontro um homem possesso de demônios que, havia muito, não se vestia, nem habitava em casa alguma, porém vivia nos sepulcros.
28 E, quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando e dizendo em alta voz: Que tenho contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te que não me atormentes.
29 Porque Jesus ordenara ao espírito imundo que saísse do homem, pois muitas vezes se apoderara dele. E, embora procurassem conservá-lo preso com cadeis de grilhões, tudo despedaçava e era impelido pelo demônio para o deserto.
30 Perguntou-lhe Jesus: Qual é o seu nome? Respondeu ele: Legião, porque tinham entrado nele muitos demônios.
31 Rogava-lhe que não os mandasse sair para o abismo.
32 Ora, andava ali, passando no monte, uma grande manada de porcos; rogaram-lhe que lhes permitisse entrar naqueles porcos. E Jesus o permitiu.
33 tenod os demônios saído do homem, entraram nos porcos, e a manada precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do lago, e se afogou.
34 Os porqueiros, vendo o que acontecera, fugiram e foram anunciá-lo na cidade e pelos campos.
Os gerasenos rejeitam a Jesus

35 Então, saiu o povo para ver o que se passara, e foram ter com Jesus. De fato, acharam o homem de quem saíra os demônios, vestido, em perfeito juízo, assentado aos pés de Jesus; e ficaram dominados de temor.
36 E alguma pessoa que tinham presenciado os fatos contaram-lhes também como fora salvo o endemoninhado.
37 Todo o povo da circunvizinhança dos gerasenos rogou-lhes que se retirasse deles, pois estavam poosuídos de grande medo. E Jesus, tomando de novo o barco, voltou.
38 O home de que tinha saído os demônios rogou-lhe que o deixasse estar com ele; Jesus, porém, o despediu, dizendo:
39 Volta para casa e conta aos teus tudo o que Deus fez por ti. Entçao, foi ele anunciando, por toda a cidade todas as coisas que Jesus lhe tinha feito.
O pedido de Jairo

40 Ao regressar Jesus, a multidão o recebeu com alegria, porque todos o estavam esperando.
41 Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até sua casa.
42 Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava á morte.
A cura de uma mulher enferma

Enquanto ele ia, as multidçoes o apertavam.
43 Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a que nimguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres],
44 Veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia.
45 Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem. Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidçoes te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?].
46 Contuto, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.
47 Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, á vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada.
48 Então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz.
A ressurreição da filha de Jairo

49 falava ele ainda, quando veio uma pessoa da casa do chefe da sinagoga, dizendo: Tua filha já está morta, não incomodes mais o Mestre.
50 Mas Jesus, ouvindo isto, lhe disse: Não temas, crê somente, e ela será salva.
51 Tendo chegado á casa, a ninguém permitiu que entrasse com ele, senão Pedro, João e Tiago e bem assim o pai e a mãe da menina.
52 E todos choravam e pranteavam. Mas ele disse: Não choreis, ela não está morta, mas dorme.
53 E riam-se dele, porque sabiam que ela estava morta.
54 Entretanto, ele tomando-a pela mão, disse-lhe, em alta voz: Menina, levanta-te!
55 Voltou-lhe o espírito, ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe dessem de comer.
56 Seus pais ficaram maravilhados, mas ele lhes preveniu que a ninguém contasse o que havia acontecido.


Capítulo 9

14/09/2007

As instruções para os doze

1 Tendo Jesus convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem cura.
2 Também os enviou a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos.
3 E disse-lhes: Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem deveis ter duas túnicas.
4 Na casa em que entrardes, ali permneceis e dali saíreis.
5 E onde quer que não vos receberem, ao saírdes daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra eles.
6 Então, saindo, percorriam todas as aldeias, anunciando o evangelho efetuando curas por toda a parte.
Herodes e João Batista

7 Ora, o tetrarca Herodes soube de tudo o que se passava e ficou perplexo, porque alguns diziam: João ressucitou dos mortos;
8 outros: Elias apareceu; e outros: Ressurgiu um dos antigos profetas.
9 Herodes, porém, disse: Eu mandei decapitar a João; quem é, pois, este a respeito do qual tenho ouvido tais coisas? E se esforçava por velo!
A primeira multuplicação de pães e peixes

10 Ao regressarem, os apóstolos relataram a Jesus tudo o que tinham feito. E, levando-os consigo, retirou-se á parte para uma cidade chamada Betsaida.
11 Mas as multidões, ao saberem, segiram-no. Acolhando-as, falava-lhes a respeito do reino de Deus e socorria os que tinham necessidade de cura.
12 Mas o dia começava a declinar. Então, se aproximaram os doze e lhe disseram: Despede a multidão, para que, indo ás aldeias e campos circunvizinhos, se hospedem e achem alimento; pois estamos aqui em lugar deserto.
13 Ele, porém, lhes disse: Daí-lhe vós mesmos de comer. Responderam eles: Não tenho mais que cinco pães e dois peixes, salvo se nós mesmos formos comprar comida para todo este povo.
14 Porque estavam ali cerca de cinco mil homens. Então, disse aos seus discípulos: Fazei-os sentar em grupos de cinquenta.
15 Eles atenderam, acomodando a todos.
16 E, tomando os cinco pães e dois peixes, erguendo os olhos para o céu, os abençoou, partiu e deu aos discípulos para que os distribuíssem entre o povo.
17 Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que ainda sobejaram foram recolhidos doze cestos.
A confissção de Pedro.
Jesus prediz a própria morte

18 Estando ele orando á parte, achavam-se presentes os discípulos, a quem perguntou: Quem dizem as multidões que eu sou?
19 Responderam eles: João Batista, mas outros Elias; e ainda outros dizem que ressurgiu um dos antigos profetas.
20 Ma vós, perguntou ele, quem dizeís que eu sou? Então, falou Pedro e disse: És o Cristo de Deus.
21 Ele, porém, advertindo-os, mandou que a ninguém declarasse tal coisa,
22 e dizendo: É necessário que o Filho do homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais dos escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressucite.
Os discípulos de Jesus devem levar sua cruz

23 Dizia a todos: Se alguém que vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.
24 Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará.
25 Que aproveita o homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?
26 Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos.
27 Verdadeiramenta, vos digo: alguns há dos que aqui se encontram que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam o reino de Deus.
A transfiguralção

28 Cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras, tomando consigo a Pedro, João e Tiago, subiu ao monte com o propósito de orar.
29 E acontaceu que, enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vastes resplandeceram de brancura.
30 Eis que dois varões falavam com ele: Moisés e Elias,
31 os quais apareceram em glória e falavam da sua partida, que le estava para cumprir em Jerusalém.
32 Pedro e seus companheiros achavam-se premidos de sono; mas, conservando-se acordados, viramn a sua glória e os dois varões que com ele estavam.
33 Ao se retirarem estes de Jesus, disse-lhe Pedro: Mestre, bom é estarmos aqui; então, façamos três tendas: uma será tua, outra, de Moisés, e outra, de Elias, não sabendo, porém o que dizia.
34 Enquanto assim falava, veio uma nuvem e os envolveu; e encheram-se de medo ao entrarem na nuvem.
35 E dela veio uma voz dizendo: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi.
36 Depios daquela voz, achou-se Jesus sozinho. Eles calaram-se e, naqueles dias, a ninguém contaram coisa alguma do que tinham visto.
A cura de um jovem possesso

37 No dia seguinte, ao descerem eles do monte, veio ao encontro de Jesus grande multidão.
38 E eis que, dentre a multidão, surgiu um homem, dizeno em alta voz: Mestre, suplico-te que vejas meu filho, porque é único;
39 um espírito se apoderara dele, e, de repente, o menino grita, e o espírito o atira por terra, convulsiona-o até espumar; e dificilmente o deixa, depois de o ter quebrantado.
40 Roguei aos teus discípulos que o expelissem, mas eles não puderam.
41 Respondeu Jesus: [O geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrereis? Traze o teu filho.
42 Quando se ia aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou; mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai.
43 E todos ficaram maravilahdos ante a majestade de Deus
De novo prediz Jesus a sua morte

Como todos se maravilhassem de quanto Jesus fazia, disse aos seus discípulos:
44 Fixai os vossos ouvidos as seguintes palavras: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens.
45 Eles, porém, não entendiam isto, e foi-lhes encoberto para que o não compreendessem; e temiam interrogá-lo a este respeito.
O maior no reino dos céus

46 Levantou-se entre eles uma discussão sobre o qual deles seria o maior.
47 Mas Jesus, sabendo o que se lhe passsava no coração, tomou uma criança, colocou-a junto a si
48 e lhes disse: Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande.
Jesus ensina a tolerância e a caridade

49 falou João e disse: Mestre, vimos certo homem que, em teu nome, expelia demônios e lho proibimos, porque não segue conosco.
50 Mas Jesus lhe disse: Não proibais; pois quem não é contra vós outros é por v´s.
Os samaritanos não recebem Jesus

51 E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém
52 e enviou mensageiros que o antecedessem. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe preparar pousada.
53 Mas não o receberam, porque o aspecto dele era de quem, decisivamente, ia para Jerusalém.
54 Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?
55 Jesus, porém, voltando-se os repreendeu [e disse: Vós não sabeis de que espírito sois].
56 [Pois o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las.] E seguiram para outra aldeia.
Jesus põe a prova os queriam segui-lo

57 Indo eles caminho afora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei para onde quer que fores.
58 Mas Jesus respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar sua cabeça.
59 A outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu pai.
60 Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e prega o reino de Deus.
61 Outro lhe disse: Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa.
62 Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.


Capítulo 10

14/09/2007

A missão dos setenta

1 Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviuo de dois em dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para i.
2 E lhes fez a seguinte advertênca: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao senhor da seara que manda trabalhadores para sua seara.
3 Ide! Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
4 Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ningué, saudeis palo caminho.
5 Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja nesta casa!
6 Se houver ali um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não houver ela voltará sobre vós.
7 Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem; porque digno é o trabalhador do seu salário. Não andeis a mudar de casa em casa.
8 Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comeis do que vos for oferecido.
9 Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: A vós outris está próximo o reino de Deus.
10 Quando, porém, entrardes numa cidade e não vos receberem, sai pelas ruas e clamai:
11 Até o pó da vossa cidade, que se nos pegou aos pés, sacudimos contra vós outros. Não obstante, sabei que est[a próximo o reino de Deus.
12 Digo-vos que, naquele dia, haverá menos rigor para Sodoma do que para aquela cidade.
Ai das cidades impertitentes!

13 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido , assentadas em pano de saco e cinza.
14 Contudo, no juízo, haverá nenos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.
15 Tu, cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerá até o inferno.
16 Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, que me rejeitar rejeita aquele me enviou.
O regresso dos setenta

17 Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demôniosse nos submetem pelo teu nome!
18 Mas ele lhes disse: Eu via satanás caindo do céu como um relâmpago.
19 Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano.
20 Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque vosso nome está arrolado nos céus.
Jesus, o Salvador dos humildes

21 Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelastes aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.
22 Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
23 E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente: Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes.
24 Pois eu vos afirmo que muitos profetas e reis quiseram ver oq ue vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram.
O bom samaritano

25 E eis que certo homem, intérprete da lei, se levantou com o intuito de pÕr Jesus á prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
26 Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na lei? Como interpretas?
27 A isto ele respondeu:
Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas força e de todo o teu entendimento;
E
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
28 Então, Jesus lçhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás.
29 Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?
30 Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém pra Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quias, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retirararam-se, deixando-o semimorto.
31 casualmente, descia um sacerdote po aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo.
32 Semelhante mente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo.
33 Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhes perto e, vendo-o, compadeceu-se dele.
34 E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos; aplicando-lhes óleos vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levu-o para uma hospedaria e tratou dele.
35 No dia seguinte tirou dois denários e os entregou aos hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar.
36 Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?
37 Respondeu-lhe, o intérprete da lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.
Marta e Maria

38 Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o em sua casa.
39 Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhes os ensinamentos.
40 Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou-se de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.
41 Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Anda inquieta e te preocupas com muitas coisas.
42 Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.


Capítulo 11

15/09/2007

Oração dominical

1 De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou a seus discípulos.
2 Então, ele os ensinou: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino;
3 o pão cotidiano dá-nos de dia em dia;
4 e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os que nos deve. E não nos deixes cair em tentação.
A parábola do amigo importuno

5 Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, teno um amigo, e este for procurá-lo á meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me tr~es pães,
6 pois um meu amigo, chegando de viagem, procurou-me, e eu nada tenhom para lhe oferecer.
7 E o outro lhe responda lá de dentro, dizendo: Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar;
8 Digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade.
Jesus incita a orar

9 Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
10 Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhes-á.
11 Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir [pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir] um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma pedra?
12 Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião?
13 Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo áqueles que lho pedirem?
A cura de um endemoninhado mudo.
A blasfêmia dos fariseus. Jesus se defende.

14 De outra feita, estava Jesus expelindo um demônio que era mudo. E aconteceu que, ao sair o demônio, o mudo passou a falar, e as multidões se admiravam.
15 Mas alguns dentre eles diziam: Ora, expele os demônios pelo poder de belzebu, o maioral dos demôios.
16 E outros, tentando-o, pediam dele um sinal do céu.
17 E, sabendo ele o que se passava pelo espírito, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e casa sobre casa cairá.
18 Se também satanás estiver divido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Isto, porque dizeis que eu expulso os demônios por belzebu.
19 E, se eu expulso os demônios por belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.
20 Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós.
21 Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens.
22 Sobrevindo, porém, um mais valente que lel, vence-o, tira-lhes a armadura em que confiava e lhe divide os despojos.
23 Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.
A estratégia de satanás

24 Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei pra minha casa, donde saí.
25 E, tendo voltado, a encontram varridae e ornamentada.
26 Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeoro.
A exclamação de uma mulher

27 Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma mulher, que estava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: Bem-aventurada aquela que te concebeu, e os seios que te amamentaram!
28 Ele, porém, respondeu: Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e s guardam!
O sinal de Jonas

29 Como afluissem as multidões, passou Jesus a dizer: Esta é geração perversa! Pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas.
30 Porque, assim como Jonas foi sinal para os minivitas, o Filho do homem o será para esta geração.
31 A rainha do Sul se levantará, no juízo, com os homens desta geração e os condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de salomão. E eis aqui está quem é maior do que Salomão.
32 Ninivita se levantarão, no juízo, com esta geração e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas.
A parábola da candeia

33 Ninguém, depois de acender uma candeia, a põe em um lugar escondido, nem debaixo do alqueire, mas no velador, a fim de que os que entram vejam a luz.
34 São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas.
35 Repara, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas.
36 Se, portanto, todo o teu corpo for luminoso, sem ter qualquer parte em trevas, será tod resplandecente como a candeia quando te ilumina em plena luz.
Jesus censura os fariseus

37 Ao falar Jesus estas palavras, um fariseu o convidou para ir comer com ele; então, entrando, tomou lugar á mesa.
38 O fariseu, porém, admirou-se ao ver que Jesus não se lavara primeiro antes de comer.
39 O Senhor, porém, lhe dise: Vós, fariseus, limpais o exterior do corpo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapinas e perversidade.
40 Insensatos! Quem fez o exterior não é o mesmo que fez o interior?
41 Antes, daí esmola do que tiverdes, e tudo vos será limpo.
42 Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo há hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e despresais a justiça e o amor de Deus; devieis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas.
43 Ai de vós, fariseus! Porque gostais da primeira cadeira das sinagogas e das saudações nas praças.
44 Ai de vós que sois como as sepulturas invisíveis, sobre as quais os homens passam sem o saber!
Ai dos intérpretes das leis

45 Então, respóndendo um dos intérpretes da lei, disse a Jesus: Mestre, dizendo estas coisas, também nos ofendes a nós outros!
46 Mas ele respondeu: Ai de vós também, intérpretes da lei! Porque sobrecarregais os homes com fardos superiores ás suas forças, mas vós mesmos nem com um dedo os tocais.
47 Ai de vós! Porque edificai os túmulos dos profetas que vossos pais assassinaram.
48 Assim, sois testemunhas e aprovais com cumplicidade as obras de vossos pais; porque eles mataram os profetas, e vós lhe edificais os túmulos.
49 Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-eis profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão,
50 para que esta geração se peçam contas do sangue dos profetas, derrmados desde a fundação do mundo;
51 desde o sangue de Abel até ao de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e a Casa de Deus. Sim, eu vos afirmo, contas serão pedidas a esta geração.
52 Ai de vós, intérpretes da lei Porque tomastes a chave da ciência; contudo, vós mesmos não entrastes e impedistes os que estavam entrando.
O plano para tirar a vida de Jesus

53 Saindo Jesus dali, passaram os escribas e fariseus a argui-lo com veemência, procurando confundi-lo a respeito de muitos assuntos,
54 com o intuito de tirar das sua próprias palavras motivos para o acusar.


Capítulo 12

16/09/2007

O fermento dso fariseus.Algumas admoestações

1 Posto que miríades de pessoas se aglomeravam, a ponto de uns aos outros se atropelarem, passou Jesus a dizer, antes de tudo, a seus discípulos: Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
2 Nda há encoberto que não venha aser revelado; e oculto oq eu não venha a ser conhecido.
3 Porque tudo que dissestes as escuras será ouvido em plena luz; e o que dissestes aos ouvidos no interior da casa será proclamado dos eirados.
4 Digo-vos, pois, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer.
5 eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem o poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer.
6 Não se vendem cinco pardais por dois asses? Entretanto, nenhum deles está em esquecimento diante de Deus.
7 Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais! Bem mais valeis que muitos pardais.
8 Digo-vos ainda: Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus;
9 mas o que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus.
10 Todo aquele que proferir uma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado, mas, para o que blasfemar contra o Espírito Santo, não heverá perdão.
11 Quando vos levarem as sinagogas e perante os governadores e as autoridades, não vos preocupeis quanto ao modo porq eu respondereis, nem quanto as coisas que tiverdes de falar.
12 Porque o Espírito Santo vos ensinará, naquela mesma hora, as coisas que deveis dizer.
Jesus reprova a avareza

13 Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança.
14 Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu, juíz ou partidor entre vós?
15 Então, lhe recomendou: Tende cuidad e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.
16 E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância.
17 E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos?
18 E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens.
19 Então, direi á minha alma: tens em depósito muitos bens para nuitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.
20 Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para que será?
21 Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.
A ansiosa solicitude divina

22 A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, e nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.
23 Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mias do que as vestes.
24 Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não tem despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves.
25 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?
26 Se, portanto, nada podeis fazer quanto ás coisas minimas, por que andais ansiosos pelas outras?
27 Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
28 Ora, se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais tratando-se de vós, homens de pequena fé!
29 Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis a inquietações.
30 Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas o vosso Pai sabe que necessitais delas.
31 Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.
32 Não temais, ó pequenino rebanho; porque o vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.
33 Vendei os vossos bens e daí esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouros inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome,
34 porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
A parábola do servo vigilante

35 Cingdo esteja o vosso corpo, e acesas, as vossas candeias.
36 Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier a bater á porta, logo lha abram.
37 Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar á mesa e, aproximados-e, o servirá.
38 Quer ele venha na segunda vigília, , quer na terceira, bem-aventurados serão eles, se assim os achar.
39 Sabei, porém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, [vigiaria e] e não deixará arrombar a sua casa.
40 Ficai também vós apercebidos, porque, á hora em que não cuidais, o Filho do homem virá.
41 Então, Pedro perguntou: Senhor, proferes esta parábola para nós ou também para todos?
42 Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustennto a seu tempo?
43 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.
44 Verdadeiramente, vos digo que lhe confiará todos os seus bens.
45 Mas, se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber, e a embriagar-se,
46 virá o senhor daquele servo, em dia em que não o espera e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os infiéis.
47 Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo será punido com muitos açoites.
48 Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez cousas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas áquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e áquele a quem muito se confia, muito mias lhe pedirão.
Jesus traz fogo e dissensão á terra

49 Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder.
50 Tenho, porém, um batismo com o qual hei de ser batizado; e quanto me angustio até que o memso se realize!
51 Supondes que vim para dar paz á terra? Não, eu vo-lo afirmo: antes, divisão.
52 Porque, daqui em diante, estarão cinco divididos numa casa; três contra dois, e dois contra três.
53 estarão divididos: poi contra filho, filho contra pai; mãe contra filha, filha contra mãe; sogra contra nora, e nora contra sogra.
Os sinais dos tempos

54 Disse também ás multidões: Quando vedes aparecer uma nuvem no poente, logo dizeis que vem chuva, e assim acontece;
55 e, quando vedes soprar o vento sul, dizeis que haverá calor, e assim acontece.
56 Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e docéu e, entretanto, não sabeis discernir esta época?
57 E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?
58 Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te para te livrares desse adversário no caminho; para que não suceda que ele te arraste ao juiz, o juz te entregue ao meirinho e o meirinho te recolha á prisão.
59 Digo-te que não sairás dali enquanto não pagares o último centavo.


Capítulo 13

17/09/2007

A morte dos galileus e a queda da torre de Siloé

1 Naquela mesma região, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo o sangue Pilatos misturara com os sacrificios que os mesmos realizavam.
2 Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus por terem padecidos estas coisas?
3 Não eram, eu vol-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.
4 Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quai desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém?
5 Não eram, eu vol-lo afirmo,; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmete perecereis.
A parábola da figueira estéril

6 Então, Jesus proferiu a seguinte parábola: Cert homem tinha uma figueira pantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou.
7 pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra?
8 Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume.
9 Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la.
A cura de uma enferma

10 Ora, ensinava Jesus no sábado numa das sinagogas.
11 E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se.
12 Vendo-a Jesus, chamou-a e disse-lhe: Mulher, está livre da tua enfermidade;
13 e, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus.
14 O chefe da sinagoga, indignado de ver Jesus curava no sábado, disse á multidão: seis dias há que em que se deve trablhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado.
15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu jumento, para levá-lo a beber?
16 Por que motivo não devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abrão, a quem satanás trazia preza a dezoito anos?
17 Tendo ele dito estas palavras, todos os seus adversários se envergonharam. Entretanto, o povo se alegrava por todos os gloriosos feitos que Jesus realizava.
A parábola do grão de mostarda

18 E dizia: A que é semelhante o reino de Deus, e a que o compararei?
19 É semelhante a um grão de mostarda que um homem plantou na sua horta; e cresceu e fez-se árvore; e as aves do céu aninharam-se nos seus ramos.
A parábola do fermento

20 Disse mais: A q eu compararei o reino de Deus?
21 ´E semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.
A porta estreita

22 Passava Jesus por cidades e aldeias. Ensinando e caminhabdo para Jerusalém.
23 E alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos os que são salvos?
24 Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.
25 Quando o dono da casa se estiver evantado e fechado a porta, e vós, do lado de fora, começardes a bater, dizendo: Senhor, abre-nos a porta, ele vos responderá: Não sei donde sois.
26 Então, direis: Comíamos e bebíamos na tua presença, e ensinava em nossas ruas.
27 Mas ele vos dirá: Não sei donde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais iniquidades.
28 Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes, no reino de Deus, Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, mas vós, lançados fora.
29 Muitos virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e tomarão lugares á mesa no reino de Deus.
30 Contudo, há muitos que virão a ser primeiros, e primeiros que serão últimos.
A mensagem de Jesus a Herodes.
O lamento sobre Jerusalém

31 Naquela mesma hora, alguns fariseus vieram para dizer-lhe: Retra-te e vai-te daqui, porque Herodes quer matar-te.
32 Ela, porém, lhes respondeu: Ide dizes a essa raposa que, hoje e amanhã, expulso demônios e curo enfermos e, no terceiro dia, terminarei.
33 Importa, com tudo, caminhar hoje, amanhã e depois, porque não se espera que um profeta morra fora de Jerusalém.
34 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedreja os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes!
35 Eis que a vossa casa vos ficará deserta. E em verdade vos digo que não mais me vereis até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor.


Capítulo 14

18/09/2007

A cura de um hidrópico

1 Aconteceu que, ao entrar ele num sábado na casa de um dos principais fariseus para comer pão, eis que o estavam observando.
2 Ora, diante dele achava-se um homem hidrópico.
3 Então, Jesus dirigindo-se aos intérpretes da lei e os fariseus, perguntou-lhes: É ou não é lícito curar no sábado?
4 Ele, porém, nada disseram. E, tomando-o, o curou e o despediu.
5 A seguir lhe perguntou: Qual de vós, se o filho ou o boi cair num poço, não o tirará do lago, mesmo em dia de sábado?
6 A isto nada puderma responder.
Os primeiros lugares

7 Reparando como os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhe uma parábola:
8 Quando por alguém fores convidado para um casamento, não procures o primeiro lugar; para não suceder que, havendo um convidado mais digno do que tu,
9 e vindo aquele que te convidou e também a ele, te diga: Dá o lugar a este. Então, irás envergonhado, ocupar o último lugar.
10 Pelo contrário, quando fores convidado, vai tomar o último lugar; para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, senta-te mais para cima. Ser-te-á isto uma honra diante de todos os mais convivas.
11 Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado.
12 Disse também ao que o havia convidado: Quando deres um jantar ou uma ceia, não convides os tesu amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem vizinhos ricos; para não suceder que eles, por sua vez, te convidem e sejas recompensado.
13 Antes, ao deres um banquete, convida os pobres, os laeijados, os coxos e os cegos;
14 e serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos.
A parábola da grande ceia

15 Ora, ouvindo tais palavras, um dos que estavam com ele á mesa, dise-lhe: Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus.
16 Ele, porém, respondeu: Certo homem deu uma grande ceia e convidou muitos.
17 Á hora da ceia, enviou o seu servo para avisar os convidados: Vinde, porque tudo já está preparado.
18 Não obstante, todos, á uma, começaram a escusar-se. Disse o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por escusado.
19 Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-la; rogo-te que me tenhas por escusado.
20 E outro disse: Casei-me e, por isso, não posso ir.
21 Voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dodo da casa disse ao seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.
22 Depois, lhe disse o servo: Senhor, feito está como mandaste, e ainda há lugar.
23 Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar; para que fique cheia a minha casa.
24 Porque vos declaro que nenhum daqueles homens que foram convidados provarpá a minha ceia.
O serviço de Cristo exige abnegação

25 Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse:
26 Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
27 E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.
28 Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e vericar se tem os meios para a concluir?
29 Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele,
30 dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar.
31 Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil?
32 Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz.
33 Assim pois, todo aquele que dentre võs não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.


Capítulo 15

19/09/2007

Os discípulos, sal da terra

1 O sal é certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como restaurar-lhe o sabor?
2 E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.
A parábola da ovelha perdida

3 Então, lhe proPõs Jesus esta parábola:
4 Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa nos deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
5 Achando-a, pôe-na sobre os ombros, cheio de júbilo.
6 E, indo para casa, reunino os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
7 Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que e arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
A parábola da drácma perdida

8 Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?
9 E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que havia perdido.
10 Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
A parábola do filho pródigo

11 Continuou: Certo homem tinha dois filhos;
12 o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes partiu os haveres.
13 passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vibendo dissolutamente.
14 Depois de ter consumido tudo, sobreveio áquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.
15 Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a gurdar os porcos.
16 Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.
17 Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!
18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e lhe direi: pai, pequei contra o céu e diante de ti;
19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalahdores.
20 E, levantando-se, foi para seu pai. Vindo ele ainda longe, quando o seu pai o avistou, e compadecido dele, correndo, o abraçou, e o beijou.
21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
22 O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei-me depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;
23 trazei-me também e matai um novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,
24 porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. Começaram a regozijar-se.
25 Ora, o filho mais velho estivera no campo; e quando voltava, ao aproxmar-se da casa, ouviu a música e as danças.
26 Chamou um dos criados, e perguntou-lhes o que era aquilo.
27 E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar um novilho cevado, porque o recuperou com saúde.
28 ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava a conciliá-lo.
29 Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos;
30 vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele um novilho cevado.
31 Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.
32 Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.



Capítulo 16

20/09/2007

A palavra do administrador infiel

1 Disse também Jesus aos discípulos: havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como quem estava a defraudar os seus bens.
2 Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais, continuar nela.
3 Disse o administrador consigo mesmo: Que farei, pois, o meu senhor me tira a administração? Trabalhar na terra não posso, também de mendigar tenho vergonha.
4 Eu sei o que farei, para que, quando for demitido da administração, me recebam em suas casas.
5 tendo chamado cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão?
6 Respondeu ele: Cem cados de azeite. Então, disse: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinquenta.
7 Depois, perguntou a outro: Tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta.
8 E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera atiladamente orque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz.
9 E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos: para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos.
10 Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e que é injusto no pouco também é injusto no muito.
11 Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?
12 Se não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o que é vosso?
13 Ninguém pode servir a dois senhores; porque há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e ás riquezas.
Jesus reprova os fariseus

14 Os fariseus, que eram avarentos, ouviam tudo isto e o ridicularizavam.
15 Mas Jesus lhes disse: Vois sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre os homens é abominação diante de Deus.
16 A lei e os profetas vigoram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele.
17 E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da lei.
Acerca do divórcio

18 Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com mulher repudiada pelo marido também comete adultério.
O rico e o mendigo

19 Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente.
20 Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, Coberto de chagas, que jazia á porta daquele;
21 e desejava alimentar-se das migalhas que caiam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhes as úlceras.
22 Aconteceu morre o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado.
23 No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao lomge a Abraão e Lázaro no seu seio.
24 Então, chamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me resfresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, está consolado; tu, em tormentos.
26 E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.
27 Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes á minha casa paterna,
28 porque tenho cinco irmãos; para que lhe dês testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento.
29 Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os profetas, ouçam-nos.
30 Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão.
31 Abraão, porém, lhe respondeu: Se não houvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressucite alguém dentre os mortos.


Capítulo 17



Os tropeçõs

1 Disse Jesus aos seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ia do homem pelo qual ele veêm!
2 Melhor for a que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado ao mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos.
Quantas vezes se deve perdoar a um irmão

3 Acautelai-vos, Se teu irmão pecar contra ti, repreendei-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.
4 Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti, sete vezes, vier contigo, izendo: Estou arrependido, perdoa-lhe.
5 Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé.
6 Respondeu-lhe Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta moreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá.
7 Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te á mesa.
8 E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás?
9 Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado?
10 Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizeis: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que deveríamos fazer.
A cura de dez leprosos

11 De caminho para Jerusalém, passava Jesus pelo meio de Samaria e da Galiléia.
12 Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos,
13 que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós!
14 Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados.
15 Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz,
16 e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe; e este era samaritano.
17 Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove?
18 Não houve, porventura, que voltassem para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?
19 E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.
A vinda do reino de Deus

20 Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência.
21 nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino e Deus está dentro de vós.
22 A seguir, dirigiu-se aos discípulos: Virá o tempo em que desejareis ver um dos dias do Filho do homem e não o vereis.
23 E vos dirão: Ei-lo aqui! Ou: lá está! Não vedes e não o sigais.
24 Porque assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma outra á outra extremidade do céu, assim será, no seu dia, o Filho do homem.
25 Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por esta geração.
26 Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do homem:
27 comiam, bebiam, casavam e davam-se me casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos.
28 O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;
29 mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos.
30 Assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar.
31 Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus em casa não desça para retirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás.
32 Lembrai-vos da mulher de Ló.
33 Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a salvará.
34 Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outro;
35 duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra.
36 [Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro deixado.]
37 Então, lhe perguntaram: Onde será isto Senhor? Respondeu-lhes: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também os abutres.


Capítulo 18

22/09/2007

A parábola do juíz iníquo

1 Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer.
2 Havia em certa cidade um juíz não temia a Deus, nem respeitava homem algum.
3 havia também, naquela mesma cidade, uma viúva que vinha ter com ele, dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário.
4 Ele, por algum tempo, não a quis atender; mas, depois, disse consigo: Bem que eu não temo a Deus, nem respoito homem algum;
5 todavia, com esta viúva me importuna, julgarei a sua causa, para não suceder que, venha a molestar-me.
6 Então, disse o Senhor: considerai no que diz este juíz iníquo.
7 Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?
8 Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?
A parábola do fariseu e do publicano

9 Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros:
10 Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano.
11 O fariseu, posto de pé, ora de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano;
12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
13 O publicando, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito dizendo: Ó Deus, s~e propício a mim, pecador!
14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.
Jesus abençoa as crainças

15 Traziam-lhe também as crianças, para que as tocasse; e os discípulos, vendo, os repreendiam.
16 Jesus, porém, chamou-as para junto de si, ordenou: Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus.
17 Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira alguma entrará nele.
O jovem rico

18 Certo homem de posição lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
19 Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus.
20 sabaes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.
21 Replicou ele: Tudo isto tenho observado desde a minha juventude.
22 Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-os aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me.
23 Mas, ouvindo estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo.
O perigo das riquezas

24 E Jesus, vendo-o assim triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os têm riquezas!
25 Porque é mais fácil passar um camelo elo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
26 E os que ouviram disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo?
27 Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus.
28 E disse Pedro: Eis que nós deixamos nossa casa e te seguimos.
29 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino de Deus,
30 que não receba, no presente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna.
Jesus outra vez prediz a sua morte e ressurreição

31 Tomando consigo os doze, disse-lhes Jesus: Eis que subimos para Jerusalém e vai cumprir-se ali tudo quanto está escrito por intermédio dos profetas, no tocante ao Filho do homem;
32 pois ele será entregue aos gentios, escarnecido, ultrajado e cuspido;
33 e, depois de o açoitarem, tira-lhe-ão a vida; mas, ao terceiro dia, ressucitará.
34 Eles, porpem, nada compreenderam acerca destas coisas; e o sentido desta palavras era-lhes encoberto, de sorte que não percebiam o que ele dizia.
A cura do cego de Jericó

35 Aconteceu que, ao aproximar-se ele de Jericó, estava um cego assentado á beira do caminho, pedindo esmola.
36 E, ouvindo o tropel da multidão que passava, perguntou o que era aquilo.
37 Anunciaram-lhe que passava Jesus, o Nazareno.
38 Então, ele clamou: Jesus, Filho e Davi, tem compaixão de mim!
39 E os que iam na frente o repreendiam para que se calasse; ele, porém, cada vez mais gritava: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
40 Então, parou Jesus e mandou que lho troxessem. E, tendo ele chegado, perguntou-lhe:
41 Que queres que eu te faça? Respondeu ele: Senhor, que eu torne a ver.
42 Então, Jesus lhe disse: Recupera a tua vista; a tua fé te salvou.
43 Imediatamente, tornou a ver e seguia-o glorificando a Deus. Também todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus.


Capítulo 19



Zaqueu, o publicano

1 Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade.
2 Eis que um homem, chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico,
3 procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura.
4 Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque ali havia de passar.
5 Quando Jesus chegou áquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa.
6 Ele desce a toda pressa e o recebeu com alegria.
7 Todos os que viram isto, murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador.
8 Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.
9 Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois quem também este é filho de Abraão.
10 Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido.
A parábola das dez minas

11 Ouvindo eles estas coisas, Jesus propôs uma parábola, visto estar perto e Jerusalém e lhe parecer que o reino de Deus havia de manifestar-se imedatamente.
12 Então, disse: Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de toamr posse de um reino e voltar.
13 Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte.
14 Mas os seus concidadãos o odiavam e enviaram após ele uma embaixada, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós.
15 Quando ele voltou, depois de haver tomado posse do reino, mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber que negócio cada um teria conseguido.
16 Compareceu o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez.
17 Respondeu-lhe o senhor: Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades.
18 Veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco.
19 A este disse: Terás autoridade sobre cinco cidades.
20 Veio, então, outro e dizendo: Eis aqui, senhor, a tua mina, que eu guardei embrulhada num lenço.
21 Pois tive medo de ti, que és homem rigoroso; tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste.
22 Respondeu-lhe: Servo mau, por tua própria boca te condenarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tiro o que não pus e ceifo o que não semeei;
23 por que não puseste o meu dinheiro no banco? E, então, na minha vinda, o receberia com juros.
24 E disse aos que assistiam: Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez.
25 Eles responderam: Senhor, ele já tem dez.
26 Pois eu vos declaro: a todo o que tem dar-se-lhe-á:; mas ao que não tem, o que tem lhe será tirado.
27 Quanto, porém, a esse meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e executai-os na minha presença.
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém

28 E, dito isto, prosseguiu Jesus subindo para Jerusalém.
29 Ora, aconteceu que, ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, enviou dois de seus discípulos,
30 dizendo-lhes: Ide á aldeia fronteira e ali, ao entrardes, achareis preso um jumentinho que jamais home algum montou; soltai-o e trazei-º
31 Se alguém vos perguntar: Por que o soltais? Respondereis assim: Porque o Senhor precisa dele.
32 E, indo os que foram mandados, acharam segundo o lhes dissera Jesus.
33 Quando eles estavam soltando o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que o soltais?
34 Respondera,: Porque o Senhor precisa dele.
35 Então, o trouxeram e, pondo as suas vestes sobre ele, ajudaram a Jesus a montar.
36 Indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.
37 E, quando se aproximavam da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos disc~ipulos passou, jubilosa, a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto.
38 dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!
39 Ora, alguns dos fariseus lhe disseram em meio á multidão: Mestre, repreende os teus discípulos!
40 Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.
Jesus chora á vista de Jerusalém

41 Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou
42 e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido á paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos.
43 Pois sobre virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco;
44 e te arrazarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarçao em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação.
A purificação do templo

45 Depois, entrando no templo, expulsou os que ali vendiam,
46 dizendo-lhes: Está escrito:
A minha casa será casa de oração. Mas vós a transformastes em covil de salteadores.
O Mestre ensina no templo

47 Diariamente, Jesus ensinava no templo; mas os principais sacerdotes, os escribas e os miorais do povo procuravam eliminá-lo;
48 contudo, não atinavam em como fazê-lo, porque todo o povo, ao ouvi-lo, ficava dominado por ele.


Capítulo 20


A autoridade de Jesus e o batismo de João

1 Aconteceu que, num daqueles dias, estando Jesus a ensinar o povo no templo e a evangelizar, sobrevieram os principais sacerdotes e os escribas, juntamente com os anciãos,
2 e o argüíram nestes termos: Dize-nos: Com que autoridade fazes estas coisasŸ Ou quem te deu esta autoridade?
3 Respondeu-lhes: Também eu vo farei uma pergunta; dizei-me:
4 o batismo de João era do céu ou dos homens?
5 Então, eles arrazoavam entre si: Se dissermos: do céu, ele dirá: Por que não acredistastes nele?
6 Mas, se dissermos: dos homens, o povo todo nos apedrejará; porque está convícto de ser João um profeta.
7 Por fim, responderam que não sabiam.
8 Então, Jesus lhes replicou: Pois nem eu vos digo como que autoridade faço estas coisas.
A parábola dos lavradores maus

9 A seguir, passou Jesus a proferir ao povo esta parábola: Certo homem plantou uma vinha, arrendou-a a lavradores e ausentou-se do país por prazo considerável.
10 No devido tempo, mandou um servo aos lavradores para lhe dessem do fruto da vinha; os lavradores, porém, depois de o espancarem, o despacharam vazio.
11 Em vista disso, enviou-lhes outro servo; mas eles também a estes espancaram e, depois de o ultrajarem, o despacharam vazio.
12 Mandou ainda um terceiro; também a este, depois de o ferirem, o expulsaram.
13 Então, disse o dono da vinha: Que farei? Enviarei o meu filho amado; talvez o respeitem.
14 vendo-o, porém, os lavradores, arrazoavam entre si, dizendo: Este é o herdeiro; matemo-lo, para que a herança venha a ser nossa.
15 E, lançando-o for a da vinha, o mataram. Que lhes fará, pois, o dono da vinha?
16 Virá, exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros. Ao uovirem isto, disseram: Tal não aconteça!
17 Mas Jesus, fitando-os, disse: Que quer dizer, pois, o que está escrito:
A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular?
18 Todo homem que cair sobre esta pedra ficarpá em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.
A questão do tributo

19 naquela mesma hora, os escribas e os principais sacerdotes procuravam lançar-lhe as mãos, pois perceberam que, em referência a eles, dissera esta parábola; mas temiam o povo.
20 Observado-o, subornaram emissários que se fingiam de justos para verem se o apanhavam em alguma palavra, a fim de entregá-lo á jurisdição e á autoridade do governador.
21 Então, o consultaram, dizendo: Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente e não te deixas levar de respeitos humanos, porém ensinas o caminho de Deus segundo a verdade;
22 é lícito pagar tributo a César ou não?
23 Mas Jesus, percebendo-lhes o ardil, respondeu:
24 Mostrai-me um denário. De que é a efígie e a inscrição? Prontamente disseram: De César. Então, lhes recomendou Jesus:
25 Dai, pois, a César, o que é de César e a Deus o que é de Deus.
26 Não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, admirados da sua resposta, calaram-se.
Os saduceus e a ressurreição

27 Chegando alguns dos saduceus, homens que dizem não haver ressurreição,
28 perguntaram-lhe: Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se morrer o irmão de alguém, sendo aquele casado e não deixando filhos, seu irmão deve casar com a viúva e sucitar descendência ao falecido.
29 Ora, havia sete irmãos, o primeiro casou e morreu sem filhos;
30 e o segundo e o terceiro também desposaram a viúva;
31 igualmente os sete não tiveram filhos e morreram.
32 Por fim, morreu também a mulher.
33 Esta mulher, pois, no dia da ressurreição, d qual deles será esposa? Porque os sete a desposaram.
34 Então, lhes acrescentou Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento;
35 mas os que são hávidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento.
36 Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.
37 E que os mortos hão de ressucitar, Moisés o indicou no trecho referente á sarça, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, O Deus de Isaque e o Deus de Jacó.
38 Ora, Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para eles todos vivem.
39 Então, disseram alguns dos escribas: Mestre, respondeste bem!
40 Dali por diante, não ousaram mais o interrogá-lo.
O Cristo, filho de Davi

41 Mas Jesus lhes perguntou: Como podem dizer que o Cristo é filho de Davi?
42 Visto como o próprio Davi afirma no livro dos Salmos:
Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te á minha direita,
43 até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés.
44 Assim, pois, Davi lhe chama Senhor, e como pode ser ele seu filho?
Jesus contra os escribas

45 Ouvido-o todo o povo, recomendou Jesus a seus discípulos:
46 Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e muito apreciam as saudações nas praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes;
47 os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mias severo.