quarta-feira, 11 de julho de 2007

Mateus

MATEUS
Mateus era um cobrador de impostos a alfandegário. Ao começar seu ministério, Jesus o escolheu para que fosse seu discípulo; foi, portanto, testemunha ocular da maioria dos acontecimentos que relata. Começa seu evangélio com uma descrição detalhada de como a Jovem Maria deu à luz a Jesus, que veio como o mensageiro do Reino de Deus. Descreve também o batismo e as tentações de Jesus no deserto.
Divide a mensagem de Jesus me cinco partes:
 Regras de conduta
 Ensino
 Parábolas
 Comunhão e
 Cumprimento do Reino de Deus
Termina fazendo referência à sua morte e ressureição assim como o mandamento de sair por todo o mundo com as boas novas de Jesus Cristo.

Resumo: O mais importante para Mateus era mostrar que Jesus veio cumprir as promessas de Deus registradas no Antigo Testamento. É por isso que na primeira fase apresenta Jesus como descendente de direto do Rei Davi e de Abraão. Mateus mencionava várias professias e passagens do Antigo Testamento para explicar o porquê da vinda de Jesus. Ele veio para ser o Salvador dos Judeus (1.21) e dos gentios (4.13-16) e de todo o mundo (28.19).
As regras de conduta para um cidadão do Reino de Deus se encontram no Sermão do Monte (capítulos 5 a 7), onde os valores comuns das pessoas perdem toda sua importância frente a grandeza e a qualidade do reino de Deus e do próprio Deus.
(Fonte: livro "A Descoberta Diária")

Tenham uma ótima leitura


capítulo 1

A genealogia de Jesus Cristo


1 Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
2 Abraão gerou a Isaque; Isaque,a Jacó, a Judá e a seus irmãos;
3 Judá gerou de Tamar a Perez e a Zerá; Perez gerou Esrom; Esrom, a Arão;
4 Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, Naassom; Naassom, a Salmom;
5 Salmom gerou a Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; Obede, a Jessé;
6 Jessé gerou ao rei Davi; eo rei Davi, a Salomão, da qual fora mulher de Urias;
7 Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a Asa;
8 Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão, a Uzias;
9 Uzias gerou a Jotão'Jotão, a Acaz; Acaz, a Ezequias;
10 Ezequias gerou a Manassés; Manassés, a Amom; Amom, a Josias;
11 Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio na Babilôna.
12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel;
13 Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim; Eliaquim, a Azor;
14 Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a Eliúde;
15 Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar, a Matã; Matã, a Jacó.
16 E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo.
17 De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até o exílio na Babilônia, catorze; e desde o exílio na Babilônia até Cristo, catorze.

O nascimento de Jesus Cristo


18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.
19 Mas José, seu esposo, sendo justo e não querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.
20 Enquanto ponderava nestas coisas eis que lhe aparaceu, em sonho, um anjo do do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.
21 Ela dará a luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.
22 Ora, tudo isso aconteceu para se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta:
23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).
24 Despertando José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher.
25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.

Capítulo 2

A visita dos Magos


1 Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do Rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.
2 E perguntaram: Onde está o recém-nascido Rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.
3 Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém;
4 então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer.
5 Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta:
6 E tu, Belém, terra de Judá, não és de maodo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.
7 Com isto, Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera.
8 E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo.
9 Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino.
10 E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo.
11 Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhes suas ofertas: ouro, incenso e mirra.
12 Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.

A fuga para o Egito


13 Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.
14 Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito;
15 e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: Do Egito chamei o meu filho.

A matança dos inocentes


16 Vendo-se iludido pelos magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se informara dos magos.
17 Então, se cumpriu o que fora dito por intermédio do profeta Jeremias:
18 Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto (choro) e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque não mais existem.

A volta do Egito


19 tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em senho a José, no Egito, e disse-lhes:
20 Dispõe-te, toma menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam cnotra a vida do menino.
21 Dispõs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel.
22 Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertênca prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia.
23 E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas: Ele Será chamado Nazareno.

Capítulo 3

A pregação de João Batista
(Mc.1.2-6; Lc.3.1-9)


1 Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia:
2 Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.
3 Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías:
Voz que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
4 Usava João vestes de pêlos de camelo e um cinto de couro; a sua alimentação eram gafanhotos e mel silvestre.
5 Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão;
6 e erampor ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.
7 vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?
8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;
9 e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
10 Já está posto o machado á raiz das árvores, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.

João dá testumunho de Cristo
(Mc.7,8; Lc.315-17; Jo.1.19-28)


11 Eu voz batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de lavar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
12 A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.

O batismo de Jesus
(Mc.1.9-11; Lc.3.21-22; Jo.1.32-34)


13 Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, afim de que João o batizasse.
14 Ele porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?
15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu.
16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.
17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu filho amado, em quem me comprazo.


Capítulo 4



A tentação de Cristo
(Mc.1.12-13; Lc.4.1-13)


1 A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2 E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.
3 Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és filho de Deus, manda que essas pedras se transformem em pães,
4 Jesus, porém, respondeu: Está escrito:
Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.
5 Então, o diabo o levou a Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo
6 e lhe disse: Se és filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito:
Aos seus anjos dará ordens a seu respeito para que te guardem.
e:
Eles te sustentarão nas sua mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
7 Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito:
Não tentarás o Senhor, teu Deus.
8 levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles
9 e lhe disse: Tudo isso te darei se, prostrado, me adorares.
10 Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, satanás, porque está escrito:
Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.
111 Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.

Jesus volta para a Galiléia


12 Ouvindo, porém, Jesus que João fora preso, retirou-se para a Galiléia;
13 e, deixando Nazaré, foi morar em Carfarnaum, situada à beira-mar, nos confins de Zebulom e Nafitali;
14 para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías:
15 Terra de Zebulom, terra de Nafitali, caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios!
16 O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.
17 Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.

A vocação de discípulos


18 Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmão, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores.
19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.
20 Então, eles deixaram imediatamete as redes e o seguiram.
21 Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamou-os.
22 Então, eles, no mesmo instante, deixando o barco e seu pai, o seguiram.

Jesus prega por toda a Galiléia e cura muitos infermos


23 Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangélio do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo.
24 E sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos; endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou.
25 E da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e dalém do Jordão numerosasa multidões o seguiam.


Capítulo 5



O SERMÃO DO MONTE
As bem-aventuranças

(Lc.6.20-23)


1 Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos;
2 e ele passou a ensiná-los, dizendo:
3 Bem-aventuradoo so humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
5 Bem-aventurados os mansos, porque herdrão a terra.
6 Bem-aventurados os têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançaram misericórdia.
8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
12 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.

Os discípulos, o sal da terra
(Mc.9.49-50; Lc.14.34-35)


13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.

Os discípulos, a luz do mundo


14 Vóis sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte;
15 nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no veador, e alumia a todos os que se encontram na casa.
16 Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

Jesus não veio revogar a lei, mas cumprir


17 Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.
18 Porque em verdade vos digo: até que o céu e a tera passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra.
19 Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.
20 Porque vos digo que, se a vossa justiça exceder em muito a dos escribas a fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.

Jesus contempla o que foi dito aos antigos
DO HOMICÍDIO


21 Ouviste que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar estará sujeiro a julgamento.
22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão setará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.
23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa peranto o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então voltando, faze a tua oferta.
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido a prisão.
26 Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.

DO ADULTÉRIO


27 Ouviste que foi dito: Não adulterarás.
28 Eu, porém, vos digo: qulaquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.
29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.
30 E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.
31 Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
32 Eu, porém, vos digo: qulaquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.

DOS JURAMENTOS


33 Também ouviste o que foi dito aos antigos: Nõa juarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos.
34 Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus;
35 nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei;
36 nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
37 Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim: não, não. O que disto passar vem do maligno.

DA VINGANÇA


38 Ouviste que foi dito: Olho por olho, dente por dente.
39 eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;
40 e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa.
41 Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.
42 Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.

DO AMOR AO PRÓXIMO
(Lc.6.32-36)


43 Ouviste que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;
45 para que vos torneis filho do vosso pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.
46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?
47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo?
48 Portanto, sedes vós perfeitos como perfeito é vosso Pai celeste.


Capítulo 6



Da prática da justiça


1 Guardai-vos de exercer a vossa justiça diantes dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não tereis galardão junto de vosso pai celeste.

Como se deve dar esmolas


2 Quando, pois, deres esmolas, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recopensa.
3 Tu, porém, ao deres a esmola, ignore a tua mào esquerda o que faz a tua mão direita;
4 para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

Como se deve orar


5 E, quando orares, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que já receberam a recompensa.
6 Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos,
8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lhos peçais.

A oração dominical
(Lc.11.2-4)


9 Portanto, vós orareis assim:
Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o teu nome;
10 venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;
11 o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
13 e não nos deixeis cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém].
14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;
15 se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.

Como jejuar


16 Quando jejuardes, não vos mostreis contritados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer os homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
17 Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto,
18 com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

Os tesouros do céu


19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões, escavam e roubam;
20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde a traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;
21 porque, onde está o teu tesouro, ai estará também o teu coração.

A luz e as trevas
(Lc.11.33-36)


22 São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso;
23 se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!

Os dois senhores


24 Ninguém pode servir a dois senhores porque ou há de aborrecer-se de um a amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

A ansiosa solicitude pela vida


25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mias do que as vestes?
26 Observai as aves dos céus: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros: contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?
27 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?
28 E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como cescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam.
29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
30 Ora, se Deus veste assim a erva campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?
31 Portanto, não vos inquietéis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que vestiremos?
32 Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;
33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
34 Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os eus cuidados; basta ao dia seu próprio mal.

Capítulo 7
(17/07/2007)


O juízo temerário é proibido
(Lc.6.37,38,41,42)


1 Não julgueis, para que não sejais julgados.
2 Pois, com o critério com que julgares, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.
3 Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.

Não deis o que é santo aos cães


6 Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante aos porcos as vóssas pérolas, para que não as pisem com os pés, e voltando-se, vos dilacerem.

Jesus incita a orar


7 pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á.
8 Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.
9 Ou qua dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedrá?
10 Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma cobra?
11 Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que estais no céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?
12 Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei vós também a eles, porque esta é a lei e os profetas.

As duas estradas
(Lc.13.24)


13 Entra pela porta estreita (larga é a porta, espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela),
14 porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, esão poucos os que acertam com ela.

Os falsos profetas


15 Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.
16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.
18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons.
19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
20 Assim, pois, pelos eus frutos os conhecereis.
21 Nem todo o que diz: Senhor, Senhor! entrará no reinos dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.

Os dois fundamentos


24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha;
25 e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.
26 E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia;
27 e caiu a chuva, transbordaram os riso, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.

O fim do sermão do monte


28 Quando Jesus acabou de proferir esta palavras, estavam as multidões maravilhadas sa sua doutrina;
29 porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.

Capítulo 8
(18/07/2007)


A cura de um leproso
(Mc.1.40-44; Lc.5.12-14)


1 Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram.
2 E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me.
3 E, Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra.
4 Disse-lhes, então, Jesus: Olha, não o digas a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e fazee a oferta que Moisés ordenou, para servir de testemunha ao povo.

A cura de um criado de um senturiào


5 Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando:
6 Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente.
7 Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo.
8 mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado.
9 pois também eu sou homem sujeito á autoridade, tenho soldados á mnhas ordens e digo a este: vai, e ele vai, e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele faz.
10 Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Isreal achei fé como esta.
11 Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares á mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino do céus.
12 Ao passo que os flhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.
13 Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feita conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado.

A cura da sogra de pedro
(Mc.1.29-31; Lc.4.38-39)


14 Tendo Jesus chegado á casa de Pedro, viu a sogra deste acamada e ardendo em febre.
15 Mas Jesus tomando-a pela mão, e a febre a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo.

Muitas outras curas


16 Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes;
17 para que se cumprisseo que fora dito por intermédio do profeta Isaías:
Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças.

Jesus põe á prova os que querem segui-lo
(Lc.9.57-62)


18 Vendo Jesus muita gente ao seu redor, ordenou que passassem para a outra margem.
19 Então, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores.
20 Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
21 E outro dos discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro epultar meu pai.
22 Replicou-lhe, porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar o seus próprios mortos.

Jesus acalma uma tempestade
(Mc.4.35-41; Lc.8.22-25)


23 Então, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiam.
24 Eis que sobreveio no mar uma grande tepestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto Jesus dormia.
25 Mas os discípulos vieram acordá-lo, clamando: Senhor, salva-nos! Perecemos!
26 Perguntou-lhe, então, Jesus: Por que sois tímidos, homens de pequena fé? E, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança.
27 E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?

A cura de dois endemoninhados gadarenos
(Mc.5.1-20; Lc.8.26-39)


28 Tendo chegado á outra margem, á terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho.
29 Es que gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?
30 Ora, andava pastando, não longe deles, uma grande manada de porcos.
31 Então, os demônios lhe rogavam: Se nos expeles, manda-nos para a manda de porcos.
32 Pois ide, ordenou-lhes Jesus. E eles, saindo, passaram para os porcos; e eis que toda a manada se precipitou, despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, e nas águas pereceram.
33 Fugiram os porqueiros e, chegando á cidade, contaram todas estas coisas e o que acontecera aos endemoninhados.
34 Então, a cidade toda saiu pra encontrar-se com Jesus e, vendo-o, lhe rogaram que se retirasse da terra deles.

Capítulo 9
(19/07/2007)


A cura de um paralítico em Cafarnaum
(Mc.2.1-12; Lc.5.17-26)


1 Entrandu Jesus num barco, passou para a outra banda e foi para sua própria cidade.
2 E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados.
3 mas alguns escribas diziam consigo: Este blasfema.
1 Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Porque cogitais o mal no vosso coração?
5 Pois qual é mais fácil? Dizer: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer:Levanta-te e anda?
6 Ora, para que saibais que o Flho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados - disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.
7 E, levantand-se, partiu para a sua casa.
8 vendo isto, as multidões, possuídas de temor, glorificaram a Deus, que dera tal autoridade aos homens.

A vocação de Mateus
(Mc.2.13,14; Lc.5.27,28)


9 Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! ele se levantou e o seguiu.

Jesus como com os pecadores
(Mc.2.15-17; Lc.5.29-32)


10 E sucedeu que, estando ele em casa, á mesa, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e sues discípulos.
11 Ora, vendo isto, os fariseus perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
12 Mas, Jesus, ouvindo, disse: Os são não precisam de médico, e sim os doentes.
13 Ide, porém, e aprendei o que significa:
Misericóridia quero e não holocausto;
pois não vim chamar justos e sim pecadores [ao arrependimento].

Do jejum
(Mc.2.18-22; Lc.5.33-39)


14 Vieram, depois, os discípulos de João e lhe perguntaram: Por que jejuamos nós, e os fariseus [muitas vezes], e teus discípulos não jejuam?
15 Respondeu-lhes Jesus: Podem acaso estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com ele? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar.
16 Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque o remendo tira parte do vestido, e fica maior a rotura.
17 Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos conservam.

O pedido de um chefe
(Mc.5.21-24a; Lc.8.40-42a)


18 Enquanto estas coisas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o adorou e disse: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe a mão sobre ela, e viverá.

A cura de uma mulher enferma
(Mc.5.24b-34; Lc.8.42b-48)


19 E Jesus, levantando-se , o seguia, e também os seus discípulos.
20 E eis que uma mulher, que durante doze anos vinha padacendo de uma hemorragia, veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste;
21 porque dizia com sigo mesmo: Se eu apanas lhe tocar a veste, ficarei curada.
22 E Jesus, voltando-se e vendo-s, disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou. E, desde aquele instante, a mulher ficou sã.

A ressureição da filha de Jairo
(Mc.5.35-43; Lc.8.49-56)


23 tendo Jesus chegado á casa d o chefe e vendo os tocadores de flauta e o povo em alvoroço, disse:
24 Retirai-vos, porque não está morta a menina, mas dorme. E riam-se dele.
25 Mas, afastado, o povo, entrou Jesus, tomou a menina pela mào, e ela se levantou.
26 E a fama deste acontecimento correu por toda aquela terra.

A cura de dois cegos


27 partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando: tem compaixão de nós, Filho de Davi!
28 Tendo ele entrado em casa, aproximaram-se os cegos, e Jesus lhes perguntou: Credes que eu posso fazer isso? Responderam-lhe: Sim Senhor!
29 Então, lhes tocou os olhos, dizendo: Faça-se vós conforme a vossa fé.
30 E abriram-se-lhe os olhos. Jesus, porém, os advertiu severamente, dizendo: Acautelai-vos de que ninguém o saiba.
31 Saindo eles, porém, divulgaram-lhe a fama por toda aquela terra.

A cura de um mudo endemoninhado.
A blasfêmia dos fariseus


32 Ao retiraram-se eles, foi-lhe trazido um mudo endemoninhado.
33 E, expelido o demoônio, falou o mudo; e as multidões se admiraram, dizendo: jamais se viu tal coisa em Israel!
34 mas os fariseus murmuravam: pelo maioral dos demônios é que expele os demônios.

Jesus ia por toda parte fazendo o bem.
A seara e os trabalhadores


35 E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangélho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.
36 Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não tem pastor.
37 E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos.
38 Rogai, pois, ao senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Capítulo 10
(20/07/2007)


A escolha dos doze apóstolos.


1 tendo chamdo os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre os espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades.
2 Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;
3 Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu;
4 Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.

As instruções para os doze
(Mc.6.7-11; Lc.9.1-5)


5 A estes doze enviou, Jesus, dando-lhes as seguintes instruções Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidades de samaritanos;
6 mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel;
7 e, á medida que segruirdes, pregai que está próximo o reino dos céus.
8 Curai enfermos, ressussitais os mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai.
9 Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos;
10 nem de alforge para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.
11 E, em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, indagai quem neles é digno; e aí ficai até vos retirardes.
12 Ao entrardes na casa, saudai-a;
13 se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz.
14 Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
15 Em verdade vos digo que menor rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no dia do juízo, do que para aquela cidade.

AS admoestações


16 Eis que vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudente como as serpentes e símplices como as pombas.
17 E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas sua sinagogas;
18 por minha causa sereis levados á presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios.
19 E, quando vos entregarem, não cuides em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer,
20 visto que não sois vóis os que falais, mas o espírito de vosso Pai é quem fala em vós.
21 Um irmão entregará á morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão.
22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.
23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do homem.

Os estímulos


24 O discípulo não está ancima do mestre, nem o servo, acima do seu senhor.
25 Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aoos seus domésticos?
26 Portanto, não temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido.
27 O que digo ás escuras, dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos eirados.
28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno no tanto a alma como o corpo.
29 Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai.
30 E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados.
31 Não temais, pois! Bme mais valeis vós do que muitos pardais.
32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus;
33 mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.

As dificuldades


34 Não penseis que vim trazer paz á terra; não vim trazer paz, mas espada.
35 Pos vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra.
36 Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.
37 Quem ama a seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama a seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim;
38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.
39 Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa acha-la-á.

As recompensas


40 Quem vos recebe a mim me recebe; e quem me recebe recebe aquele que me enviou.
41 Quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá o galardão de profeta; quem recebe um justo, no caráter de justo, receberá o galardão de justo.
42 E quem der a beber, ainda que seja um copo com água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.

Capítulo 11
(21/07/2007)


Jesus prega nas cidades


1 Ora, tendo acabado Jesus de dar estas istruções a seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles.

João envia mensagero a Jesus
(Lc.7.18-23)


2 Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe:
3 És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?
4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João que estais ouvindo e vendo:
5 os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressussitados, e aos pobres está sendo pregado o evangélho.
6 E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.

Jesus dá testemunho de João
(Lc.7.24-35)


7 Então, em partindo eles, passou Jesus a dizer ao povo a respeito de João: Que saíste a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?
8 Sim, que saíste a ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas finas assistem nos palácios reais.
9 Mas para que saístes? Para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta.
10 este é d quem está escrito:
Eis aí envio diante de tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti.
11 Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele.
12 Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.
13 Porque todos os profetas e a lei profetizam atá João.
14 E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir.
15 Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.
16 Mas a quem hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos que, sentados nas praças, gritam aos companheiros;
17 Nós vos tocamos flautas, e não dançaste; entoamos lamentações, e não pranteastes.
18 Pois veio João, que não comia nem bebia, e dizem: Tem demônio!
19 veio o Filho do homem, que como e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é jutificada por suas obras.

Ai das cidades impenitentes
(Lc.10.13-15)


20 Passou, então, Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato de não se terem arrependido:
21 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivesse operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza.
22 E, contudo, vos digo: no dia do juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.
23 Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até o céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje.
24 Digo-vos, porém, que menor rigor haverá, no dia do juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo.

Jesus, o salvador dos humildes
(Lc.10.21-22)


25 Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.
26 Sim, ó Pai, assim foi do teu agrado.
27 Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

Vinde a mim


28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso humilde de coração; e achareis descanso para vossa alma.
30 Porque o meu julgo é suave, e o meu fardo é leve.

Capítulo 12
(/07/2007)


Jesus é senhor do sábado
(Mc.2.23-28; Lc.6.1-5)


1 Por aquele tempo, em dia de sábado,passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer.
2 Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado.
3 Mas, Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome?
4 Como entro na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes?
5 Ou nào lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo:
6 Aqui está quem é maior que o templo.
7 Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não terieis condenado inocentes.
8 Porque o Filho do homem é senhor do sábado.

O homem da mão ressequida
(Mc.3.1-6; Lc.6.6-11)


9 Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga deles.
10 Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos ressequida; e eles, então, com o intuito de acusá-lo, perguntaram a Jesus: É lícito curar no sábado?
11 Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali?
12 Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem.
13 Então, disse ao homem: estende a tua mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra.
14 Retirando-se, porém, os fariseus, cospiravam contra ele, sobre como lhe tirariam a vida.

Jesus se retira


15 Mas Jesus, sabendo disto, afastou-se dali. Muitos o seguiram, e a todos ele curou.
16 Advertindo-lhes, porém, que o não expusessem à publicidade,
17 para se cumprir o que fora dito por intermédio do profeta Isaías:
18 Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz. farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo ao gentios.
19 Não contenderá, nem gritará, nem alguém ouvirá nas graças a sua voz.
20 Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo.
21 E, no seu nome, esperarão os gentios.

A cura de um endemoninhado cego e mudo. A blafêmia dos fariseus. Jesus se defende
(Mc.3.22-30; Lc.11.14-23)


22 Então, lhe troxeram um endemoninhado, cego e mudo; ele o curou, passando o mudo a falar e ver.
23 E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi?
24 Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios.
25 Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá.
26 Se satanás, expele a satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois subsistirá seu reino?
27 E, se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.
28 Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chagado reino de Deus sobre vós.
29 ou como pode álguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa.
30 Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.
31 por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito nào será perdoada.
32 Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-ás isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.

Árvore e seus frutos
(Lc.6.43-45)


33 Ou fazeis a árvore boa o seu fruto bom ou a árvore má e seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.
34 Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração.
35 O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más.
36 Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo;
37 porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.

O sinal de Jonas
(Lc.11.29-32)


38 Então, alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte algum sinal.
39 Ele, porém, respondeu: Uma geraçào má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas.
40 Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do homem estará três dias e três noites no coraçào da terra.
41 Ninivitas se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas.
42 A rainha do sul se levantará no juízo com esta geração e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E ei aqui está quem é maior do que Salomão.

A estratégia de satanás
(Lc.11.24-26)


43 Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos procurando repouso, porém não encontra.
44 Por isso, diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida e ornamentada.
45 então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim também acontecerá á esta geração perversa.

A família de Jesus
(Mc.3.31-35; Lc.8.19-21)


46 falava ainda Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar-lhe.
47 E alguém lhe disse: Tua màe e teus irmãos estão lá fora e querem falar-te.
48 Porém ele respondeu ao que lhe trouxera o aviso: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?
49 E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos.
50 Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, este é meu irmão, irmã e mãe.

Capítulo 13


A parábola do semeador


1 Naquele mesmo dia, saindo Jesus da casa, assentou-se á beira-mar;
2 e grandes multidões se reuniram perto dele, de modo que entrou num barco e se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia.
3 E de muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear.
4 E, ao semear, uma parte caiu á beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram.
5 Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto que não era profunda a terra.
6 saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se.
7 Outra caiu entreos espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram.
8 Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um.
9 Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.

A explicação da parábola


10 então, se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas?
11 Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os ministérios do reino dos céus, mas áquele nõa lhes é isso suscedido.
12 Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
13 Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem.
14 De sorte que neles se cumprem a profecia de Isaías:
Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis.
15 Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.
16 Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem.
17 Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram.
18 Atendei vós, pois, à parábola do semeador.
19 A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o malígno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado á beira do caminho.
20 O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria;
21 mas não tem raiz em si mesmo, sendo , antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.
22 O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
23 Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um.

A parábola do joio


24 Outra parábola lhe propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo;
25 mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se.
26 E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio.
27 Entào, vindo os servos dos donos da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vens, pois, o joio?
28 Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: Queres que vamos e arramquemos o joio?
29 Não! Replicou-lhe, para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo.
30 Deixai-os crescer juntos até á colheita, e, no tempo da colheita, direi aos cafeeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas, o trigo, recolhei-o no seu celeiro.

A parábola do grão de mostarda


31 Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo;
32 o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos.

A parábola do fermento


33 Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus e semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.

Porque Jesus falou por parábolas


34 Todas estas coisas disse Jesus ás multidões por parábolas e sem parábolas nada lhes dizia;
35 para que se cumprisse o que foi dito por intermédio do profeta:
Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a criaçào [do mundo].

A explicação da parábola do joio


36 Entào, despedindo as multidões, foi Jesus para casa. E, chegando-se a ele os seus discípulos, disseram: Explica-nos a parábola do joio do campo.
37 E ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do homem;
38 o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno;
39 o inimigo que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os anjos.
40 Pois, assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século.
41 Mandará o Filho do homem aos seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade
42 e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.
43 Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.

A parábola do tesouro escondido


44 O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.

A parábola da pérola


45 O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas;
46 e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.

A parábola da rede


47 O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que , lançada ao mais, recolhe peixes de toda espécie.
48 E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins deitam fora.
49 Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos,
50 e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.

Coisas novas e velhas


51 Entendestes todas estas coisas? Responderam-lhe: Sim!
52 Então, lhe disse: Por isso, todo ecriba versado no reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas.

Jesus prega em Nazaré.
É rejeitado pelos seus

(Mc.6.1-6; Lc.4.16-30)


53 Tendo Jesus proferido estas parábolas, retirou-se dali.
54 E, chegando á sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos?
55 Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas?
56 Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?
57 E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa.
58 E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.

Capítulo 14


A morte de João Batista
(Mc.6.14-29; Lc.9.7-9)


1 Por aquele tempo, ouviu o tetrarca Herodes a fama de Jesus.
2 e disse aos que o serviam: Este é João Batista; ele ressussitou dos mortos, e, por isso, nele operam forças miraculosas.
3 Porque Herodes, havendo prendido e atado a João Batista, o metera no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão;
4 pois João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la.
5 E querendo matá-lo, temia o povo, porque o tinham como profeta.
6 Ora, tendo chegado o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante de todos e agradou a Herodes.
7 Pelo que prometeu, com juramento, dar-lhe o que pedisse.
8 Então, ela, instigada por sua mãe, disse: Dá-me, aqui, num prato, a cabeça de João Batista.
9 Entristeceu-se o rei, mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele á mesa, determinou que lha dessem:
10 e deu ordens e decapitou a João Batista no cárcere.
11 Foi trazida a cabeça num prato e dada á jovem, que a levou a sua mãe.
12 Então, tiveram os seus discípulos, levaram o corpo e o sepultaram; depois, foram e o anunciaram a Jesus.

A primeira multiplicação de pães e peixes
(Mc.6.30-40; Lc.9.10-17; Jo.6.1-14)


13 Jesus, ouvindo isso, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, á parte; sabendo-o as multidões, vieram das cidades seguindo-o por terra.
14 Desembarcando, viu Jesus, uma grnde multidão, compadeceu-se dela e curou os enfermos.
15 Ao cair da tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe dissera: O lugar é deserto, e vai adiantada a hora; despede, pois as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer.
16 Jesus, porém, lhes disse: Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, de comer.
17 Mas eles responderam: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
18 Então, ele disse: Trazei-mos.
19 E, tendo mandaddo que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, as multidões.
20 Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram recolheram ainda doze cestos cheios.
21 E os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.

Jesus anda sobre o mar
(Mc.6.45-54; Jo.6.15-21)


22 Logo a seguir, compeliu Jesus, os discípulos a embarcar e pasar a diante dela para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões.
23 E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar, sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só.
24 Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitato pelas ondas; porque o vento era contrário.
25 Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar.
26 E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados, de medo, gritaram.
27 Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!
28 Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.
29 E ele disse: Vem! E Pedros, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.
30 Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor!
31 E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste?
32 Subindo ambos para o barco, cessou o vento.
33 E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!

Jesus em GEnesaré
(Mc.6.53-56)


34 Então, estando já na outra banda, chegaram a terra, em Genasaré.
35 Reconhecendo-o os homens daquela terra, mandaram avisar a toda a circunvizinhança e trouxeram-lhe todos os enfermos;
36 e lhe rogavam que ao menos pudessem tocar na orla da sua veste. E todos os que tocaram ficaram sãos.

Capítulo 15


Jesus e a tradição dos anciãos.
O que contamina o homem

(Mc.7.1-23)


1 Então, vieram de Jerusalém a Jesus alguns escribas e fariseus e perguntaram:
2 Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem.
3 Eles, porém, lhes respondeu: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição?
4 Porque Deus ordenou:
Honra a teu paia e a tua mãe, e:
Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte.
5 Mas vois dizeis: Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim;
6 esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição.
7 Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
8 este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
9 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
10 E, tendo convocado a multidão, lhe disse: Ouvi e entendei:
11 não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai boca, isto sim, contamina o homem.
12 Então, aproximando-se deles os discípulos, disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram?
13 Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.
14 Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairào ambos no barranco.
15 Então, lhe disse Pedro: Explica-nos a parábola.
16 Jesus, porém, disse: também vós não entendeis ainda?
17 Não compeendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar escuso?
18 Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem.
19 Porque do coração procedem maus desígnios, homicídeos, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.
20 São estas coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar mãos não o contaminam.

A Mulher cananéia
(Mc.7.24-30)


21 Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom.
22 Eis que uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada.
23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós.
24 Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!
26 Então, ele respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos.
27 Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.
28 Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.

Jesus volta para o mar da Galiléia e cura muitos infermos


29 Partindo Jesus dali, foi para junto do mar da Galiléia; e, subindo ao monte, assentou-se ali.
30 E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou.
31 De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam, Então, glorificaram ao Deus de Israel.

A segunda multiplicação de pães e peixes
(Mc.8.1-10)


32 E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão dessa gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho.
33 Mas os discípulos lhe disseram: Onde haverá neste deserto tantos pães para fartar tào grande multidão?
34 Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Responderam: Sete e alguns peixinhos.
35 Então, tendo mandado o povo assentar-se no chão,
36 tomou os sete pães e os peixes, e, dando graça, partiu, e deu aos discípulos, e este, ao povo.
37 Todos comeram e se fartaram; e, do que sobejou, recolheram sete cestos cheios.
38 Ora, os que comeram eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças.
39 E, tendo despediso as multidões, entrou Jesus no barco e foi para o território de Magadã.

Capítulo 16


Os fariseus e os saduceus pedem um sinal do céu
(Mc.8.11-13)


1 Aproximando-se os fariseus e os saduceus, tentando-o, pediram-lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do céu.
21 Ele, porém, lhes respondeu: Chegada a tarde, dizeis: Haverá tempestade, porque o céu está avermelhado;
3 e, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Sabeis, na verdade, discernir o aspécto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos?
4 Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinla lhe será dado, senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-se.

O fermento dos fariseus e saduceus


5 Ora, tendo os dscípulos passado para o outro lado, esqueceram-se de levar pão.
6 E Jesus lhes disse: Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.
7 Eles, porém, discorriam entre si, dizendo: É porque não troxemos pão.
8 Percebendo-o Jesus, disse: Por que discorrreis entre vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão?
9 Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos cestos tomastes?
10 Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos tomastes?
11 Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.
12
Então, entenderão que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e saduceus.

A confissão de Pedro


13 Indo Jesus para as bandas de Cesaréia de Felipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do homem?
14 E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas.
15 Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou
16 Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta a pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.
20 Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo.

Jesus prediz a sua morte e ressureição


21 Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressussitado no terceiro dia.
22 E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor, isso de modo algum te acontecerá.
23 Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus e sim das dos homens.

O discípulo de Cristo deve levar a sua cruz
(Mc.8.34-39; Lc.9.23-27)


24 então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achala-la-á.
26 Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?
27 Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as sua sobras.
28 Em verdade vos digo que alguns há, dos que ali se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que veja vir o Filho do homem no seu reino.

apítulo 17


A transfiguração
(Mc.9.2-8; Lc.9.28-36)


1 Sete dis depois, tomou Jesus consigo a Pedro e os irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte.
2 E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
3 E eis que lhe apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4 Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias.
5 Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi.
6 Ouvindo-a os discípuls, caíram de bruços tomados de grande medo.
7 Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não temais!
8 Então, eles levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus.

A vinda de Elias
(Mc.9.9-13)


9 E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem ressussite dentre os mortos.
10 Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem, pois, os escribas ser necessário que Elias venha primeiro?
11 Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas.
12 Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer nas mãos deles.
13 Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista.

A cura de um jovem possesso
(Mc.9.14-29; Lc.9.37-42)


14 E, quando chegaram para junto da multidão, aproxmou-se dele um homem, que se ajoelhou e disse:
15 Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e outras muitas, na água.
16 Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo.
17 Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vós sofrereis? Trazei-me aqui o menino.
18 E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou o menino curado.
19 Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus, perguntaram em particular: Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo?
20 E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível.
21 [Mas esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum.]

De nono Jesus prediz a sua morte e ressurreição
(Mc.9.30-32; Lc.9.43b-45)


22 Reunindo eles na Galiléia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem está para ser entregue na mãos dos homens;
23 e estes o matarão; mas, ao terceiro dia, ressussitará. Então, os discípulos se entristesseram grandemente.

Jesus paga imposto


24 Tendo eles chegado a Cafarnaum, dirigiram-se a Pedro os que cobravam o imposto das duas drácmas e perguntaram: Não paga o vosso mestre as duas dracmas?
25 Sim, respondeu ele. Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Simão, que te parece? De quem cobram os reis da terra impostos ou tributos: dos seus filhos ou dos estranhos?
26 Respondendo Pedro: Dos estranhos. Jesus lhe disse: Logo, estão isentos os filhos.
27 Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti.

apítulo 18


O maior no reino dos céus
(Mc.9.33-37; Lc.9.46-48)


1 Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, por ventura, o maior no reino dos céus?
2 E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles.
3 E disse: Em verdade vos digo que, se não vos convertedes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.
4 Portanto, aquele que se humilhar como esta criança; esse é o maior no reino dos céus.
5 E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe.

Os tropeços
(Mc.9.42-48; Lc.1.2)


6 Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse, ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundesa do mar.
7 Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!
8 Portanto, se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o fora de ti; melhor é entrares na vida manco ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançados no fogo eterno.
9 Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançados no inferno de fogo.

A parábola da ovelha perdida
(Lc.15.3-7)


10 Vede, não desprezes a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de meu Pai celeste.
11 [Porque o Filho do homem veio salvar o que está perdido.]
12 Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará ele nos montes as noventas e nove, indo procurar a que se extraviou?
13 E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer sentirá por causa desta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.
14 Assm, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um ós destes pequeninos.


Como se deve tratar a um irmão culpado


15 Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão
16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estebeleça.
17 E, se ele não os atender, dize-o à igreja, considera-o como gentio ou publicano.
18 Em verdade vos digo que tudo oque ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo que desligardes na terra será desligado nos céus.
19 Em verdade também vos digo que, se dois entre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhe-á concedido por meu Pai, que está nos céus.
20 Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.

Quantas vezes se deve perdoar a um irmão
(Lc.17.3-4)


21 Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
22 Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

A parábola do credor incompassivo


23 Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos.
24 E, passando a fazê-lo, troxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
25 Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher e os filhos e tudo qunato possuía e que a dívda fosse paga.
26 Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê passiente comigo, e tudo te pagarei.
27 E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe sua dívida.
28 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um de dos seus servos que lhe devia cem denários; e agarrando-o, o sufocava, dizendo: paga-me o que me deves.
29 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei.
30 Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prizão, até que saudasse a dívida.
31 Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera.
32 Então, o senhor, chamando-o, lhe disse: servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste;
33 não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu servo, como também eu me compadeci de ti?
34 E, indignado-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.
35 Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão

Capítulo 19


Jesus atravessa o Jordão
(Mc.10.1)


1 E aconteceu que, concluindo Jesus estas palavras, deixou a Galiléia e foi para o território da Judéia, além do Jordão.
2 Seguiram-no muitas multidões, e curou-as ali.

A questão do divórcio
(Mc.10.2-12; Lc.16.18)


3 Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar sua mulher por qualquer motivo?
4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher
5 e disse:
Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.
7 Replicaram-lhe: por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?
8 Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio.
9 Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério].
10 Disseram-lhes os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar.
11 Jesus, porém. lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aquelas a quem é dado.
12 Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmo se fizeram eunucos, por causa dos reinos dos céus. Quem é apto para o admitir admita.

Jesus abençoa as crianças
(Mc.10.13-16; Lc.18.15-17)


13 trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repudiam.
14 Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.
15 E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali.

O jovem rico
(Mc.10.17-22; Lc.18.18-23)


16 E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?
17 respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas a cerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.
18 E lhe perguntou: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, Nào diras falso testemunho;
19 honra a teu e a tua màe e amarás a teu próximo como a ti mesmo.
20 Replicou-lhe o jovem: Tudo isso tenho observado; que me falta ainda?
21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá os pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.
22 tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades.

O perigo das riquezas
(Mc.10.23-31; Lc.18.24-30)


23 Então, disse Jesus a seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus.
24 E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
25 Ouvindo isto, os discípulos ficaram grandemente maravilhados e disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo?
26 Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é imposs'vel aos homens, mas para Deus tudo é possível.
27 Então, lhe falou Pedro: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós?
28 Jesus lhe respondeu: Em verdade que vós, que me seguiste, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
29 E todo aquele que tiver deixado casa, ou irmões, ou irmãs, ou pai, ou mãe [ou mulher], ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna.
30 Porém primeiros serão últimos; e os últimos, primeiro.

Capítulo 20


A parábola dos trabalhadores na vinha


1 Porque o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de casa de madrugada para assalariar trabalhadores para a sua vinha.
2 E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha.
3 Saindo pela terceira hora, viu, na praça, outros que estavam desocupados.
4 e disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e vos darei o que for justo. Eles foram.
5 tendo saído outra vez, perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma forma.
6 e, saindo por volta da hora undécima, encontrou outros que estavam desocupados e perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o dia todo?
7 Responderam-lhe: Porque ninguém nos contratou. Então, lhes disse ele: Ide também vós para a vinha.
8 Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até os primeiros.
9 Vindo os da hora undécima, recebeu cada um deles um denário.
10 Ao chegarem os primeiros, pensaram que receberiam mais; também porém estes receberam um denário cada um.
11 mas, tendo-o recebido, murmuravam contra o dono da casa.
12 dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualastes a nós, que suportamos a fadiga e o calor do dia.
13 Mas o proprietário, respondendo, disse a um deles: Amigo, não faço injustiça; não combinaste comigo um denário?
14 Toma o que é teu e vai-te; pois quero dar a este último tanto quanto a ti. 15 Porventura, não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?
16 Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos [porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos].

Jesus ainda outra vez prediz sua morte e ressurreição
(Mc.10.32-34; Lc.18.31-33)


17 Estando Jesus para subir para Jerusalém, chamou à parte os doze e, em caminho, lhes disse:
18 Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte.
19 E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitando e crucificando; mas, ao terceiro dia, ressurgirá.

O pedido da màe de Tiago e João
(Mc.10.35-45)


20 Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor.
21 Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda.
22 Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que estou para beber? Responderam-lhe: Podemos.
23 Então, lhe disse: Bebereis o meu cálice; mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai.
24 Ora, ouvindo isto os dez, indignaram-se contra os dois irmãos.
25 Então, Jesus, chamando-os, dise: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles.
26 Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva;
27 e que quiser ser o primeiro entre vós será o vosso servo;
28 tal como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.

A cura de dois cegos de Jericó
(Mc.10.46-52; Lc.18.35-43)


29 saindo eles de Jericó, uma grande multidão o acompanhava.
30 E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de davi, tem compaixão de nós!
31 Mas a multidão os repreendia para que se calassem; eles, porém, gritavam cada vez mais: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!
32 Então, parando Jesus, chamou-os, e perguntou: Que quereis que eu vos faça?
33 Responderam: Senhor, que se nos abram os olhos.
34 Condoído, Jesus tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista e o foram seguindo.

Capítulo 21


A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém
(Mc.11.11; Lc.19.28-40; Jo.12.12-45)


1 Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfag;e, oas montes das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:
2 Ide a ldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta e, com ela, um jumentinho. Desprendei-a e trazei-mos.
3 E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei-lhe que o Senhor precisa deles. E logo os enviará.
4 Ora, isto aconteceu para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta:
5 Dizei a filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga.
6 Indo os discípulos e tendo feito como Jesus lhes ordenara.
7 Trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou.
8 E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos se árvores, espalhando-os pela estrada.
9 E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de davi! Bendito oq ue ven em nome do Senhor! Hosana as maiores alturas!
10 E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade e alvoroçou, e perguntava: Quem é este?
11 E as multidões clamavam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da galiléia.

A purificação do templo


12 Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali estavam e compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
13 E disse-lhes: Está esrito:
A minha casa será chamada casa de oração;
vós, porém, a transformais em covl de salteadores.

Jesus efetua curas no templo


14 Vieram a ele, no templo, cegos e coxos, e ele os curou.
15 Mas, vendo os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que Jesus fazia e os meninos clamando: Hosana ao Filho de Davi!, indignaram-se e perguntaram-lhe:
16 Ouves o que estes estào dizendo? Repondeu-lhes Jesus: Sim, nunca lestes:
Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor?
17 E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia, onde pernoitou.

A figueira sem fruto


18 Cedo de manhã, ao voltar para a cidade, teve fome;
19 e, vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, nõa tendo achado senão folhas, disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente.
20 Vendo isto os discípulos, admiraram-se e exclamaram: Como secou depressa a figueira!
21 Jesus, porém, lhes respondeu: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à fugueira, mas até mesmo, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, tal sucerderá;
22 e, tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis.

A autoridade de Jesus e o batismo de João


23 Tendo Jesus chegado ao templo, estando já ensinando, acercaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, perguntando: Com que autoridade fazes estas coisas? E que te deu essa autoridade?
24 E Jesus lhes respondeu: Eu também vos farei uma pergunta; se me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas.
25 Donde era o batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Entào, porque não acreditaste nele?
26 E, se dssermos: dos homens, é para temer o povo, porque todos consideram João como profeta.
27 Então, responderam a Jesus: Não sabemos. E ele, por sua vez: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.

A parábola dos dois filhos


28 E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha.
29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi.
30 Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi.
31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus.
32 Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele.

A parábola dos lavradores maus


33 Atentai noutra parábola. Havia um homem, dono de casa, que plantou uma vinha. Cercou-a de uma sebe, construiu nela um lagar, edificou-lhe uma torre e arrendou-a a uns lavradores. Depois, se ausentou do país.
34 Ao tempo da colheita, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os frutos que lhe tocavam.
35 E os lavradores, agarrando os servos, espamcaram a um, e mataram a outro e a outro apedrejaram.
36 Enviou ainda outros servos em maior número; e trataram- nos da mesma sorte.
37 E, por último, enviou-lhes o seu próprio filho, dizendo: A meu filho respeitarão.
38 Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo e apoderemos-nos da sua herança.
39 E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e o mataram.
40 Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?
41 Responderam-lhe: fará perecer horrivelmente a estes malvados e arrendará a vinha a outrso lavradores que lhe remetam os frutos nos seu devidos tempos.
42 Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas escrituras?
A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isso procede do Senhor e é maravilhoso aso nossos olhos?
43 Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos.
44 Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.
45 Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas praábolas, entenderam era a respeito deles que Jesus falava;
46 e, conquanto bucassem prendê-lo, temeram as multidões, porque estas o consideravam como profeta.

Capítulo 22


A parábola das bodas


1 De novo, entrou Jesus a falar por parábolas, dizendo-lhes:
2 O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho.
3 Então, enviou os seus servos a chamar convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir.
4 Enviou ainda outros servos, comesta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas.
5 Eles, porém, não se importaram e se foram, um para seu campo, outro para o seu negócio;
6 e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram.
7 O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade.
8 Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos.
9 Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convida para as bodas a quantos encontrardes.
10 E, saindo aqueles servos pela estrada, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados.
11 Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial
12 e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu.
13 Então, ordenou o rei aos seus serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.
14 Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.

A questão do tributo


15 Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpeenderiam em alguma palavra.
16 E enviram-lhe discípulos, juntamente com os herodianos, para dizer-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus, de acordo com a verdade, sem te importares com quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens.
17 Dize-nos, pois: que te parece?'É lícito pagar tributo a César ou não?
18 Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas?
19 Mostrai-me a moeda do tributo. Troxeram-lhe um denário.
20 E ele lhes perguntou: De que é esta esfigie e inscrição?
21 Responderam-lhe: De César. Então, lhe disse: dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
22 Ouvindo isto, se admiraram e, deixando-o, foram-se.

Os saduceus e a ressurreição


23 Naquele dia, aproximaram-se dele alguns saduceus, que dizem não haver ressurreição, e lhe perguntaram:
24 Mestre, Moisés disse:
Se alguém morrer, não tendo filhos, seu irmão casará com a viúva e suscitará descendência ao falecido.
25 Ora, havia entre nós sete irmãos. O primeiro, tendo casado, morreu e, não tendo descedência, deixou sua mulher a seu irmão.
26 O mesmo sucedeu com o segundo, com o terceiro, até ao sétimo;
27 depois de todos eles, morreu também a mulher.
28 Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será ela esposa? Porque todos a desposaram.
29 Respondeu-lhes Jesus: Errai, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.
30 Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu.
31 E, quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou:
32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?
Ele não é Deus de mortos e sim de vivos.
33 Ouvindo isto, as multidões se maravilharam da sua doutrina.

O grande mandamento


34 Entretanto, os fariseu, sabendo que le fizera calar os saduceus, reuniram-se em conselho.
35 E um deles, intérprete da lei, experimentando-o, lhe perguntou:
36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
37 Respondeu-lhes Jesus:
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
38 este é o grande e primeiro mandamento.
39 O segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
40 Destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas.

O Cristo, Filho de Davi


41 Reunindo os fariseus, interrogou-os Jesus:
42 Que pensais vós de Cristo? De que é filho? Responderam-lhe: De Davi.
43 Replicou-lhes Jesus: Como pois, Davi, pelo Espírito, chama-lhe Senhor, dizendo:
44 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés?
45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho?
46 E ninguém lhe podia responder palavra, nem ouso alguém, a partir daquele dia, fazer-lhe perguntas.

Capítulo 23


Jesus censura os escribas e fariseus


1 Então, falou Jesus as multidões e aos seus discípulos:
2 Na cadeira de Moisés, se assentaram os esciribas e fariseus.
3 fazei e guardai, pois, tudo quanto ele vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem.
4 Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.
5 Praticam, porém, todoas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas.eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.
6 Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens.
8 Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é o vosso Mestre, e vóis todos sois irmãos.
9 A ninguém sobre a terra chamares vosso pai; porque só um é o vosso Pai, aquele que está nos céus.
10 Nem sereis chamados guias, porque um só é o vosso Guia, o Cristo.
11 Mas o maior dentre vós será vosso servo.
12 Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.

Várias advertências de Jesus


13 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixeis entrar os que estão entrando!
14 [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para justificar, fazei longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo!]
15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!
16 Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou!
17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro oo o santuário que santifica o ouro?
18 E dizeis: Quem jurar pelo altar, isso é nada; quem, jurar pela oferta que está sobre o altar fica obrigado pelo que jurou.
19 Cegos! Pois qual é o maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta?
20 Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está.
21 Quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;
22 e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que no trono está sentado.
23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei; a justça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estasa coisas, sem omitir aquelas!
24 Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!
25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapinas e intemperanças!
26 fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, pra que também o seu exterior fique limpo!
27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!
28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e iniquidade.
29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque edificais os sepulcros dos profetas, adornais os túmulos dos justos
30 e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias do nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!
31 Assim, contra vós mesmos, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.
32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
33 Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?
34 Por isso, eis que vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade;
35 para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar.
36 Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobtre a presente geração.

O lamento sobre Jerusalém


37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que teforam enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!
38 Eis que a vossa casa vos ficará deserta.
39 Declaro-vos, pois, que desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!

Capítulo 24


O sermão profético.
A destrição do templo


1 Tendo Jesus saido o templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo.
2 Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.

O princípio das dores


3 No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século.
4 E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane.
5 Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.
6 E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vas assusreis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim.
7 Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terromotos em vários lugares;
8 porém tudo isto é o princípio das dores.
9 Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.
10 Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros;
11 levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.
12 E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.
13 Aquele, porém, que preservar até o fim, este será salvo.
14 E será pregado este evangélio do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.

A grande tribulação


15 Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo [quem lê entenda],
16 então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes;
17 quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa;
18 e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
19 Ai das que estiverem grávidas e das que amementarem naqueles dias!
20 Orai para que a vossa fuga não se dê no inerno, nem no sábado;
21 porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, nem haverá mais.
22 Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém será salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados.
23 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;
24 porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.
25 Vede o que vo-lo tenho dito:
26 Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Oi: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis.
27 Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem.
28 Onde estiver o cadáver, aí se juntará os abutres.

A vinda do filho do homem


29 Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.
30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.
31 E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombetas, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma outra extremidade dos céus.

A parábola da figueira.
Exortação e vigilância


32 Aprendei, poi, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.
33 Assim também vós: quando virdes todas essas coisas, sabeis que está próximo, às portas.
34 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
35 Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.
36 Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.
37 Pois assim como foi nos dias de Noé, também será na vinda do Filho do homem.
38 Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,
39 e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será també a vinda do Filho do homem.
40 Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro;
41 duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra.
42 Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.
43 Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa.
44 Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, a hora em que não cuidais, o Filho do homem virá.

A parábola do bom servo e do mau


45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?
46 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.
47 Em vardade vos digo que lhe confiará todos os seus bens.
48 Mas, aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se,
49 e passa a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios,
50 virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe
51 e castigalo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.

Capítulo 25


A parábola das dez virgens


1 Então, o reinoo dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as sua lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo.
2 Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes.
3 As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo;
4 no entanto, as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vazilhas.
5 E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram.
6 Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Sai ao seu encontro!
7 Então, se levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas.
8 E as néscias disseram ás prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão-se apagando.
9 Mas as prudentes responderam: Não, para que não nos falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o.
10 E, saindo ela para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.
11 Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor abre-nos a porta!
12 Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço.
13 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.

A parábola dos talentos


14 Pois será como um homem que, ausentando-se do país, champu os seus e lhes confiou os seus bens.
15 A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu.
16 O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco.
17 Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois.
18 Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19 Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com ele.
20 Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei.
21 Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22 E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei.
23 Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24 Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajunta onde não espalhaste,
25 receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26 respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27 Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.
28 Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.
29 Porque a todos o que tem e lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
30 E o servo inutil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.

O grande julgamento


31 Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória;
32 e todas as nações serão reunidads em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa os cabritos as ovelhas;
33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;
34 então, dirá o rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes;
36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.
37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?
38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?
39 E quando vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?
40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um dstes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
42 Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me.
44 E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos?
45 Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.
46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.

Capítulo 26


O plano para tirar a vida de Jesus


1 Tendo Jesus acabado todos estes ensinamentos, disse a seus discípulos:
2 Sabeis que, daqui a dois dias, celebrar-se-á a Pascoa; e o Filho do homem será entregue paraser crucificado.
3 Então, os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no palácio do sumo sacerdote, chamado Caifás;
4 e deliberaram prender Jesus, à traição, e matá-lo.
5 Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.

Jesus ungido em Betânia


6 Ora, estando Jesus em Betânia, em casa se Simão, o leproso,
7 aproximando-se dele uma mulher, trazendo um vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo, que lhe derramou sobre a cabeça, estando ele à mesa.
8 Vendo isto, indignaram-se os discípulos e disseram: Para que este desperdício?
9 Pois este perfume podia ser vendido por muito dinheiro e dar-se aos pobres.
10 Mas Jesus, sabendo disto, disse-lhes: Porq ue molestais esta mulher? Ela praticou boa ação para comigo.
11 Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes;
12 pois, derramando este perfume sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento.
13 Em verdade vos digo: Onde for pregado em todo o mundo este evangélho, será também contado o que ela fez, para memória sua.

O pacto de traição


14 Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs:
15 Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata.
16 E, desse momento em diante, buscava ele uma boa ocasiào para o entregar.

Os discípulos preparam a Páscoa


17 Nos primeiros dias dos pães asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa?
18 E ele lhes respondeu: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.
19 E eles fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.

O traidor é indicado


20 Chegada a tarde, Pôs-se ele à mesa com os doze discípulos.
21 E, enquanto comiam, declarou Jesus: Em verdade vos digo que um entre vós me trairá.
22 E eles, muitíssimo contristados, começaram um por um a perguntar-lhe: Porventura, sou eu, Senhor?
23 E ele respondeu: O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá.
24 O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por intermédio de o Filho do homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!
25 Então, Judas, que o traía, perguntou: Acaso sou eu, Mestre? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste.

A ceia do Senhor


26 Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
27 A seguir, tomou um cálice e, tendo graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos;
28 porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados.
29 E digo-vos que, desta hora em diante, não bebereis deste fruto da videira, até aquele dia em que hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai.
30 E tendo cantado um hino, saíram o omonte das Oliveiras.

Pedro é avisado


31 Então, Jesus lhes disse: Esta noite, todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito:
Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas.
32 Mas depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galiléia.
33 Disse-lhe Pedro: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim.
34 Replicou-lhe Jesus: Em vardade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.
35 Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.

Jesus no Getsêmani


36 Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar;
37 e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
38 Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.
39 Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.
40 E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?
41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
42 Tornado a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
43 E, voltando acho-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados.
44 Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
45 Então, voltou para os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo entregue nas mào de pecadores.
46 Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima.

Jesus é preso


47 falava ele ainda, e eis que chegou Judas, um dos doze, e, com ele, grande turba com espadas e porretes, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo.
48 Ora, o traidor lhe tinha dado estes sinal: Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-o.
49 E logo, aproximando-se de Jesus, lhe disse: Salve, Mestre! E o beijou.
50 Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste? Nisto, aproximando-se eles, deitaram as mãos em Jesus e o prenderam.
51 Eis que um dos estavam com Jesus, estendendo a mào, sacou da espada e, golpeando o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha.
52 Então, Jesus lhes disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão.
53 Acaso pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?
54 Como, pois, se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim deve suceder?
55 naquele momento, disse Jesus às multidões: Saístes com espadas e porretes para prender-me, como a um salteador? Todos os dias, no templo, eu me assentava [convosco] ensinando, e não me prendestes.
56 Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprisse as Escrituras dos profetas. Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram.

Jesus perante Pilatos


57 E os que prenderam Jesus o levaram à casa de Caifás, o sumo sacerdote, onde se haviam reunido os escribas e os anciãos.
58 Mas Pedro o seguia de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, tendo entrado, assentou-se entre os serventuários, para ver o fim.
59 Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte.
60 E não acharam, apesar de se terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas afinal compareceram duas, afirmando:
61 este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias.
62 E, levantando-se o sumo sacerdote, perguntou a Jesus: Nada respondes ao que estes depõem contra ti?
63 Jesus, porém, guardou silêncio. E o sumo sacerdote lhe disse: Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.
64 respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.
65 Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!
66 Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte.
67 Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam dizendo:
68 Profetiza-nos, ó Cristo, que é que te bateu?

Pedro nega a Jesus


69 Ora, estava Pedro assentado fora no pátio; e, aproximando-se uma criada, lhe disse: Também tu estavas com Jesus, o galileu.
70 Ele, porém, o negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.
71 E, saindo para o alpendre, foi ele visto por outra criada, a qual disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o nazareno.
72 E ele negou outra vez, com juramento; Não conheço tal homem.
73 Logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia.
74 Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo.
75 Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. E, saindo dali, chorou amargamente.

Capítulo 27


Jesus entregue a Pilatos


1 Ao romper o dia, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem;
2 e, amarrando-o, levaram-no e o entregaram ao governador Pilatos.

O suicídio de Judas


3 Então, Judas, o que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo:
4 Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, respondem: Que nos importa? Isso é contigo.
5 Então, Judas atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se foi enforcar-se.
6 E os principais sacerdotes, tomando as moedas, disseram: Não é lícito deitá-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue.
7 E, tendo deliberado, compraram com elas o campo do oleiro, para cemitério de forasteiros.
8 Por isso, aquele campo tem sido chamado, até aos dias de hoje, campo de sangue.
9 Então, se cumpriu o que foi dito por intermédio do profeta Jeremias:
Tomaram as trinta moedas de prata, preço em foi estimado aquele a quem alguns dos flhos de Israel avaliaram;
10 e as deram pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor.

Jesus pearnte Pilatos


11 Jesus estava em pé, ante o governador; e este o interrogou, dizendo: És tu o rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes.
12 E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.
13 Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas acusações te fazem?
14 Jesus não respondeu nenhuma palavra, vindo com isto a admirar-se grandemente o governador.
15 Ora, por ocasiào da festa, costumava o governador soltar ao povo um dos presos, conforme eles quisessem.
16 Naquela ocasião, tinham eles um peso muito conhecido, chamado Barrabás.
17 Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo?
18 Porque sabia que, por inveja, o tinham entregado.
19 E, estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muitp sofri por seu respeito.
20 Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus.
21 De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás.
22 Replicou-lhe Pilatos: Que fareis, então, de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos.
23 Que mal fez ele? Perguntou Pilatos. Porém, cada vez clamavam mais: Seja crucificado!
24 Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste [justo]; fique o caso convosco!
25 E o povo todo respondeu: Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!
26 Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após hever açoitado s Jesus, entregou-o para ser crucificado.

Jesus entregue aos soldados


27 Logo a seguir, os soldados do governador, levando Jesus para o pretório, reuniram em torno dele toda a corte.
28 Despojando-o das vestes, cobriram-no com um manto escarlate;
29 tecendo uma cora de espinhos, puseram-lha na cabeça e, na mão direita, um caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos Judeus!
30 E, cuspindo nele, tomaram o caniço e davam-lhe com ele na cabeça.
31 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto eo vestiram com as sua próprias vestes. Em seguida, o levaram para ser crucificado.

Simão leva a cruz do Senhor


32 Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.

A crucificação


33 E, chegando a um lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira,
34 deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber.
35 Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte.
36 E, assentados ali, o guardavam.
37 Por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.
38 E foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda.
39 os que iam passando blasfemavam dele, maneando a cabeça dizendo:
40 Ó tu que destrois o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!
41 De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam:
42 Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele.
43 Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se de fato lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus.
44 E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele.

A morte de Jesus


45 Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra.
46 Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
47 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Ele chama por Elias.
48 E, logo, um deles correu a buscar uma esponja e, tendo-a embebido de vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe a beber.
49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo.
50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.
51 Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas;
52 abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressussitaram;
53 e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.
54 O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus.
55 Estavam ali muitas mulheres, observando de longe; eram as que vinham seguindo a Jesus desde a Galiléia, para o servirem;
56 entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mulher de Zebedeu.

O sepultamento de Jesus


57 Caindo a tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que era também discípulo de Jesus.
58 este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que lho fossem entregue.
59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho
60 e depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou.
61 Achavam-se ali, sentadas em frente da sepultura, Maria Madalena e a outra Maria.

A guarda do sepulcro


62 No dia seguinte, que é o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e fariseus e, dirigindo-se a Pilatos,
63 disseram-lhe: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressussitarei.
64 Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, para não suceder que, vindo os discípulos, o roubem e depois digam ao povo: Ressussitou dos mortos; e será o último embuste pior que o primeiro.
65 Disse-lhes Pilatos: Aí tendes uma escolta; ide e guardai o sepulcro como bem vos parecer.
66 Indo eles, montaram guarda ao sepulcro, selando a pedra e deixando ali a escolta.

Capítulo 28


A ressurreição de Jesus.
Seu aparecimento às mulheres


1 No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
2 E eis que houve um grande terromoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela.
3 O seu aspecto era como o relâmpago, e a sua veste, alva como a neve.
4 E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos.
5 Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais, porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado.
6 Ele não está aqui; ressussitou, como tinha dito. Vende ver onde ele jazia.
7 Ide, pois, depressa e dizei ao seus discípulos que ele ressussitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. É como vos digo!
8 E, retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos.
9 E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe aos pés e o adoraram.
10 Então, Jesus lhes disse: Não temais! ide avisar ameus irmãos que se dirijam à Galiléia e lá me verão.

Os judeus subornam os guardas


11 E, indo elas, eis que alguns da guarda foram à cidade e contaram aos principais sacerdotes tudo o que sucedera.
12 Reunindo-se eles em conselho com os anciãos, deram grande soma de dinheiro aos soldados,
13 recomendado-lhes que dissessem: Vieram de noite os discípulos dele eo roubaram enquanto dormíamos.
14 caso isto chegue ao conhecimento do governador, nós o persuadiremos e vos poremos em segurança.
15 Eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estava instruídos. Esta versão divigou-se entre os judeus até ao dia de hoje.

Jesus aparece aos discípulos na Galiléia


16 Seguiram os doze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara.
17 E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.

A Grande Comissão


18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do pai, do Filho e do Espírito Santo;
20 ensinado-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.